
Reabilitação da EN1 Arranca Com Investimento de 3,2 Mil Milhões de Meticais: Governo Aposta em Corredor Estratégico Para a Economia Nacional
A intervenção inicia-se no troço Gorongosa–Caia e marca o início de um plano faseado que beneficiará mais de 1.000 quilómetros da principal via estrutural do país, financiado pelo Banco Mundial e executado por empreitada chinesa
- O Governo iniciou a reabilitação da EN1 no troço Gorongosa–Caia, num investimento superior a 3,2 mil milhões de meticais;
- A estrada nacional conta com mais de 30 mil quilómetros classificados, mas apenas 28% estão pavimentados, limitando o desenvolvimento e a mobilidade económica;
- A obra é financiada pelo Banco Mundial e executada pela empresa chinesa RB-CRBC, com um contrato de 120 meses, incluindo manutenção;
- O Governo adoptou uma abordagem faseada, privilegiando troços críticos, dada a pressão económica e social sobre a rede viária;
- A reabilitação integra um pacote de 1053 quilómetros, estimado em 800 milhões de dólares, a executar em três fases em múltiplas províncias;
- O Executivo espera melhorias na mobilidade, redução de custos logísticos, avanços agrícolas e expansão das oportunidades económicas.
O Governo iniciou a reabilitação da Estrada Nacional Número 1 (EN1) no troço Gorongosa–Caia, marcando o arranque de uma intervenção estratégica sobre a principal via de ligação do país, de Norte a Sul. A obra, avaliada em mais de 3,2 mil milhões de meticais, integra um pacote mais amplo financiado pelo Banco Mundial, destinado a recuperar mais de 1.000 quilómetros de estrada, com impacto directo na mobilidade, competitividade económica e integração territorial.
EN1 Como Eixo Estruturante da Economia e da Coesão Nacional
A EN1 é considerada a espinha dorsal de Moçambique e desempenha papel central na mobilidade humana, circulação de mercadorias, integração dos mercados e acesso a serviços sociais.
Durante a cerimónia de lançamento, o ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, sublinhou que a via atingiu “níveis inaceitáveis de degradação”, justificando a urgência de uma intervenção estrutural que assegure acessibilidade, inclusão económica e dignidade social para as comunidades ao longo do corredor.
Segundo o ministro, o troço Gorongosa–Caia representa um dos segmentos mais críticos do corredor, devido ao seu papel como nó logístico que liga zonas produtivas, distritos densamente povoados e fluxos comerciais regionais.
Intervenção Faseada Para Maximizar Impacto e Reduzir Risco
O Governo optou por uma estratégia faseada, iniciando os trabalhos nos troços de maior degradação e de maior densidade económica.
João Matlombe afirmou que esta abordagem visa garantir intervenções responsáveis, realistas e alinhadas com a capacidade actual de execução, dado que a EN1 carece de investimento contínuo há vários anos.
A empreitada será executada pela empresa chinesa RB-CRBC, através de um contrato de 120 meses que inclui a fase de obras e um período subsequente de manutenção, considerado essencial para assegurar durabilidade e reduzir custos futuros de reabilitação.
Défice Histórico de Infra-Estruturas Condiciona Crescimento Económico
Matlombe destacou que Moçambique conta com cerca de 30 mil quilómetros de estradas classificadas, dos quais apenas 28% estão pavimentados. Esta limitação afecta a competitividade das cadeias de valor, aumenta custos logísticos, reduz o acesso a mercados e restringe o escoamento agrícola.
A situação compromete igualmente a industrialização e a integração comercial, factores essenciais para a diversificação económica.
Para o Governo, a reabilitação da EN1 representa uma resposta estruturante a esse défice histórico, com impacto directo na inclusão produtiva e na dinamização das comunidades.
Impacto Económico Directo: Mobilidade, Agricultura e Serviços
O Executivo espera que a reabilitação traga benefícios nas actividades económicas locais, incluindo melhoria das condições de transporte, redução de tempos de viagem, maior segurança rodoviária e aumento da mobilidade de bens e pessoas.
Segundo o ministro, a intervenção deverá ampliar o acesso às zonas de produção agrícola, facilitar o transporte de mercadorias, melhorar a capacidade de abastecimento dos mercados urbanos e estimular pequenas e médias empresas ao longo do corredor.
O impacto social também é destacado: estradas mais seguras, melhor acesso a escolas, hospitais e serviços essenciais, além da criação de empregos directos e indirectos.
Um Pacote de 1053 km Financiados Pelo Banco Mundial
A reabilitação de Gorongosa–Caia integra uma carteira de intervenções avaliadas em cerca de 800 milhões de dólares, a executar em três fases.
A primeira fase inclui 508 km: Gorongosa–Caia (84 km), Caia–Lote II (84 km), Chimuara–Nicoadala (166 km) e outros segmentos até Inchope.
A segunda fase cobre mais de 230 milhões de dólares, concentrando-se no troço Rio Lúrio–Metoro, Gorongosa–Caia, Rio Save–Muxúngue e Muxúngue–Inchope.
A terceira fase, estimada em 220 milhões de dólares, inclui os troços Muxúngue–Inchope e Pambara–Rio Save.
Este conjunto de intervenções constitui um dos maiores projectos rodoviários financiados pelo Banco Mundial em Moçambique na última década.
Uma Obra Símbolo de Independência Económica e Integração Territorial
Para o Executivo, a reabilitação da EN1 não é apenas um projecto de infra-estrutura; representa um sinal de compromisso com o crescimento inclusivo, a competitividade económica e a construção de um mercado interno funcional.
Ao recuperar a principal via de ligação nacional, o Governo espera reforçar as bases para uma independência económica sustentada, apoiando a agricultura, a indústria, o comércio e a mobilidade social.
O troço Gorongosa–Caia marca assim o ponto de partida de uma intervenção que pretende reposicionar a EN1 como corredor vital para o desenvolvimento nacional.
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