VI CIMEIRA PORTUGAL–MOÇAMBIQUE: Nova Agenda Bilateral Reforça Cooperação Económica e Estratégica Entre Os Dois Países

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Questões-Chave:
  • A VI Cimeira Portugal–Moçambique decorre no Porto, com enfoque na redefinição das prioridades estratégicas de cooperação;
  • Os dois países pretendem actualizar memorandos existentes e avançar com novos acordos em sectores considerados estruturantes;
  • Portugal deseja reforçar a presença empresarial em Moçambique, estimando-se que cerca de 400 empresas portuguesas operem no país;
  • A carteira financeira do programa de cooperação 2022–2026 é de 185 milhões de euros e inclui novas áreas como resiliência, gestão de crises e riscos de desastres.

O Presidente da República, Daniel Chapo, encontra-se no Porto para participar na VI Cimeira Portugal–Moçambique, um encontro bilateral que visa actualizar a cooperação estratégica entre os dois países e reforçar o alinhamento em áreas económicas, sociais e institucionais consideradas prioritárias para o desenvolvimento mútuo.

Um Momento de Reforço Diplomático e Económico

A visita de trabalho iniciou-se ontem e o Chefe de Estado moçambicano é acompanhado por uma delegação governamental composta por representantes de diferentes ministérios, que manterão encontros sectoriais com os seus homólogos portugueses. O objectivo central é revisitar os acordos firmados em cimeiras anteriores, actualizar mecanismos de execução e definir novas abordagens alinhadas aos actuais desafios económicos e institucionais.

Portugal tem reiterado a intenção de aprofundar a cooperação económica com Moçambique, particularmente nas áreas de comércio, investimento e internacionalização empresarial. O Governo português sublinha que cerca de 400 empresas portuguesas operam no mercado moçambicano, num ecossistema considerado estratégico para a internacionalização das PME portuguesas.

Diálogo Político Reforçado Entre Líderes dos Dois Países

Durante a visita, Daniel Chapo participa num encontro com a comunidade moçambicana residente em Portugal e, posteriormente, num jantar de trabalho com o Primeiro-Ministro português, Luís Montenegro.
Montenegro tem destacado que o actual momento político — com novos ciclos de governação em ambos os países — representa uma oportunidade singular para renovar a ambição da cooperação bilateral e imprimir maior dinamismo à execução dos compromissos assumidos.

Herança da Cimeira Anterior e Expansão da Agenda de Cooperação

Na anterior Cimeira Económica Moçambique–Portugal, realizada em Maputo há quatro anos, foram assinados 18 memorandos de entendimento abrangendo sectores como educação, saúde, emprego, administração pública, defesa e segurança.
Esses instrumentos integraram a carteira financeira do Programa Estratégico de Cooperação 2022–2026, avaliado em 185 milhões de euros, concebido tendo em conta o contexto económico actual e prioridades dos dois Governos.

Para além das áreas tradicionais, o programa introduziu novos domínios, incluindo ajuda humanitária, reforço da resiliência institucional, gestão de crises e mitigação de riscos de desastres, reflectindo um entendimento conjunto sobre a necessidade de fortalecer capacidades estatais em ambientes expostos a choques climáticos, económicos ou sociais.

Uma Relação Histórica, Económica e Cultural em Evolução

Desde a independência moçambicana, a cooperação bilateral entre Portugal e Moçambique tem sido sustentada por factores históricos, linguísticos e culturais. A evolução desta relação tem permitido aprofundar parcerias em vários sectores, com destaque para educação, saúde e cultura.

Com a VI Cimeira, ambos os países procuram agora transitar para um modelo de cooperação mais estratégico, orientado para a criação de valor económico, a melhoria da competitividade e a construção de capacidades que permitam enfrentar os desafios contemporâneos do desenvolvimento.

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