Dois em cada cinco CEOs sul-africanos acreditam que a sua empresa deixará de ser economicamente viável daqui a uma década.

Os dados são da 26ª Pesquisa Anual Global de CEOs da PwC, revelada no relatório South Africa Economic Outlook da PwC, divulgado em Abril.

De acordo com a empresa global de serviços financeiros, os CEO’s sul-africanos enfrentam uma confluência de megatendências globais e questões económicas estruturais locais.

O País tem um ambiente de negócios desafiador, com empresas lutando contra a redução de carga, a deterioração da infra-estrutura e um ambiente regulatório exigente.

No entanto, o pessimismo não se limita à África do Sul, já que dois em cada cinco CEO’s internacionais acreditam que seus negócios também serão inviáveis na próxima década.

As megatendências globais, como as alterações climáticas, a instabilidade social, a disrupção tecnológica, as tensões geopolíticas e as mudanças demográficas, impulsionam este pessimismo.

O que é único na África do Sul é que os ventos contrários globais são agravados por problemas locais, como a incerteza política, o fraco crescimento económico e o elevado desemprego.

A PwC destacou dois dos problemas locais do país em seu Outlook.

Incerteza política

O Índice de Incerteza Política da North-West University atingiu um nível recorde de 71,7 no primeiro trimestre de 2023, contra 53,2 no final de 2022.

Este é o registo mais elevado do índice desde a sua criação, em 2015.

A África do Sul teve oito quadros de política macroeconómica nos últimos 25 anos.

Tem também dois quadros diferentes actualmente em funcionamento – o Plano Nacional de Desenvolvimento de 2012 e o Plano de Relançamento Económico de 2020.

O relatório da PWC que estamos a citar, refere a inexistência de plano claro sobre questões críticas, como os planos de recuperação na Eskom e na Transnet e a forma de aumentar o emprego dos jovens e que o sector privado precisa de uma política consistente, clara e ponderada para investir – especialmente a longo prazo.

Segunfdo a fonte, devido ao fraco crescimento económico da África do Sul, prevê-se que a taxa de desemprego do País aumente de 32,7% no final de 2022 para 35,5% em 2030.

“Este é o cenário de base. O cenário descendente prevê um crescimento da economia de apenas 0,9% ao ano durante a próxima década. Neste caso, o desemprego subirá para 37,2% em 2030”, frisa a PWC.

Mesmo no cenário ascendente, a PwC vê o desemprego a subir acima dos 34% no final da década.

África do Sul enfrenta uma crise polivalente

A combinação de megatendências globais e problemas locais resultou na África do Sul a enfrentar uma poli-crise de alta inflação, alto desemprego, elevada redução de carga e falta de investimento. Tudo isto resulta num fraco crescimento económico e, segundo a PWC, “os factores que contribuem para a poli-crise da África do Sul também agravarão a intensidade da crise, o que, por sua vez, excederá os desafios económicos existentes”.

“Isto pode criar uma espiral negativa da qual é difícil sair”, alerta a PWC.

O relat’prio alerta ainda que a “África do Sul enfrentará uma agitação social crescente se não conseguir enfrentar estes desafios”.

De acordo com o Municipal IQ, o volume de protestos na África do Sul aumentou no início de 2023.

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