Bolsas de valores determinantes no financiamento a diversificação económica e industrialização
A Bolsa de Valores de Angola (BODIVA), realizou esta quarta-feira, 15.03, em Lunda, o seu IV Fórum, que assumiu o lema “Mercado em Crescimento”, um presságio que, para o Presidente executivo da BODIVA, Walter Pacheco, traduz a dedicação e a persistência de todos os intervenientes do mercado visando o crescimento económico.
Presente no encontro, o PCA da Bolsa de Valores de Mocambique, Salim Valá, intervindo no painel sobre “O Crescimento do Mercado Accionista nas Bolsas dos PALOP’s, tracou um quadro da conjuntura financeira global, no qual identificou que os mecanismos financeiros tradicionais de financiamento e investimento à economia não estão a conseguir dar resposta à situação vivida pela maior parte das empresas, em particular as PME´s, exigindo que se explorem novos paradigmas, abordagens e instrumentos inovativos, onde o Mercado de Capitais e a Bolsa de Valores podem ser instrumentos inovadores para financiar e capacitar as empresas nesse contexto económico adverso.
O PCA da BVM, disse perante uma audiência de cerca de 150 convidados, entre empresários, governantes e comunidade financeira angolana, que as bolsas de valores são determinantes no financiamento a diversificação económica e industrialização. Um desafio candente nos países africanos de língua portuguesa (PALOP’s), mas não só, como também a nível regional (SADC) e continental africana.
Para Salim Valá, as bolsas de valores devem estar devidamente conectadas com o sector financeiro e o sistema económico, para que elas ajudem a fornecer o oxigénio que as empresas necessitam para viabilizar os seus negócios.
“ Advogamos que as Bolsas de Valores devem ajudar os países a contornar as estratégias de monoprodução e monoexportação, e apostar em políticas que favoreçam a diversificação económica, a promoção da industrialização e a transformação estrutural das nossas economias. Temos de olhar para as necessidades dos megaprojectos, mas também para as demandas das PME´s; deve-se dar atenção à agricultura, pescas, construção, transporte e turismo, mas igualmente não perder de vista os recursos a obter através de projectos de petróleo, gás natural, das tecnologias de ponta e do sistema financeiro”. Disse Salim Valá
Salim Valá aproveitou o ensejo, para realçar as parcerias existentes com a BODIVA e a BVC (Bolas de Valores de Cabo Verde), que considerou fundamental.
A experiência do BODIVA no processo de privatizações de empresas estatais ou públicas, foi um aspecto que o líder da BVM demonstrou particular interesse em apreender, na perspectiva de replicar essa experiência no mercado moçambicano, numa altura em que se anuncia a reestruturação do sector empresarial do Estado.
Durante o Fórum BODIVA, Edição 2023, Salim Valá convidou os empresários e investidores angolanos, e também os cabo verdianos, operando em várias áreas económicas, a investir e desenvolver negócios em Moçambique, tendo referido que o país lançou um Pacote de Medidas de Aceleração Económica (PAE), em Agosto de 2022, visando melhorar o ambiente de negócios, estimular a iniciativa privada e remover barreiras que entravam o desenvolvimento económico, um contexto que amplia oportunidades para o investimento privado.
