
Um novo operador? Mercado não teria condições de sustentar mais um, diz a Vodacom
Nos últimos dez anos, o sector de telecomunicações em Moçambique tem experimentado uma evolução significativa, marcada por investimentos robustos, inovações tecnológicas e estratégias voltadas para a expansão e acessibilidade. A Vodacom Moçambique, uma das principais operadoras do mercado, tem desempenhado um papel central nesse desenvolvimento, como destacado pelo seu CEO, Simon Karikare, em entrevista exclusiva ao “O.Económico”.
A liberalização do mercado de telecomunicações em Moçambique permitiu a entrada de operadores privados, resultando em uma onda de investimentos substanciais. A Vodacom, por exemplo, investiu mais de 30 bilhões de meticais nos últimos dez anos, fortalecendo sua infraestrutura de rede e introduzindo tecnologias de ponta. A empresa foi pioneira no lançamento de redes 4G e 5G no país e está atualmente empenhada na construção de cabos submarinos que aumentarão a conectividade de dados, com pontos de paragem em Maputo e Nacala.
Comportamento do Consumidor está em constantes mudanças
Com a redução dos preços dos serviços de telecomunicações e a crescente adoção de smartphones, houve uma mudança significativa no comportamento do consumidor. Actualmente, cerca de 50% dos clientes da Vodacom utilizam smartphones regularmente, e o uso de dados para educação, entretenimento, saúde e negócios tornou-se comum. Essa transformação digital foi impulsionada por melhorias na infraestrutura e pela disponibilidade de serviços inovadores.
Para a Vodacom essa característica evolutiva do mercado é um desafio permanente no sentido de estar sempre a altura das exigências actuais e tanto quanto possível antecipar as demandas futuras
Competição e Cobertura de Mercado
Actualmente, o mercado moçambicano de telecomunicações conta com três operadores principais, cobrindo mais de 80% do País. Karikare argumenta que a introdução de um quarto operador não seria viável, dado o tamanho do mercado e a tendência global de consolidação no sector. Ele cita o exemplo da China, que, apesar de sua vasta população, possui apenas três operadores principais.
Desafios e Estratégias
Um dos principais desafios enfrentados pelo sector é a acessibilidade dos aparelhos. O custo elevado dos dispositivos móveis limita o acesso dos consumidores à rede de telecomunicações. A Vodacom diz que está a colaborar com o governo para estruturar taxas que permitam a importação de aparelhos a preços mais acessíveis, promovendo assim a inclusão digital.
Além disso, Moçambique enfrenta desafios logísticos significativos devido ao seu vasto território. A Vodacom busca parcerias para desenvolver e compartilhar infraestruturas, como torres de telecomunicações e fibra óptica, visando reduzir custos e aumentar a eficiência.

Ambiente Regulatório e Sustentabilidade
A Vodacom descreve a sua relação com os reguladores moçambicanos como “positiva e colaborativa”. Afirmou Simon Karikari que a empresa trabalha para garantir que as infraestruturas sejam reutilizáveis e compartilháveis, evitando a duplicação desnecessária de recursos. “Esta abordagem é fundamental para manter a sustentabilidade financeira enquanto se expande a cobertura e se introduzem novas tecnologias”, sublinha Simon.
O crescimento da Vodacom Moçambique é associado pela empresa, ao crescimento económico do País. Com um crescimento do PIB em torno de 4% nos últimos anos e uma população jovem e tecnologicamente inclinada, as perspectivas para a empresa são positivas. “A Vodacom planeia continuar a investir significativamente em Moçambique, mantendo a sua posição de liderança no mercado e contribuir para o desenvolvimento económico através da inovação tecnológica”. Enfatizou o CEO da Vodacom Moçambique
Na entrevista, a Vodacom Moçambique, defendeu que, ao continuar a investir e inovar, coloca-se ao mesmo tempo, bem posicionada para liderar o crescimento do seu ramo de actividade no País, proporcionando ao mercado local maior acesso a tecnologias que transformem vidas e impulsionam a economia.
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