
As manifestações violentas pós-eleitorais em Moçambique estão a gerar impacto directo na economia do Malawi, segundo Khumbize Chiponda, enviada especial do Presidente malawiano, Lazarus Chakwera. Chiponda reuniu-se ontem, em Maputo, com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para discutir os recentes acontecimentos e reforçar a cooperação bilateral.
De acordo com Chiponda, que também é Ministra da Saúde, o Malawi enfrenta dificuldades no transporte de bens essenciais, como fertilizantes e combustíveis, devido à interrupção do comércio transfronteiriço entre os dois países. “Malawi, sendo um país do interior, depende fortemente de Moçambique para a circulação de mercadorias, e os recentes bloqueios representam uma ameaça ao nosso desenvolvimento económico”, afirmou.
A instabilidade em Moçambique surge na sequência de manifestações lideradas pelo ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, que contesta os resultados das eleições gerais, nas quais Daniel Chapo, da Frelimo, foi declarado vencedor pelo Conselho Constitucional (CC). As manifestações, muitas vezes violentas, incluem apelos ao bloqueio das rotas comerciais entre Moçambique e os países vizinhos, ampliando o impacto económico para além das fronteiras moçambicanas.
Moçambique e Malawi buscam soluções de longo prazo
Apesar do clima de tensão, Chiponda destacou os esforços de Nyusi para restaurar a paz e a estabilidade. “A estabilidade em Moçambique significa estabilidade para toda a região da SADC”, sublinhou. Durante o encontro, os dois líderes reforçaram o compromisso com o recente acordo de Paragem Única nas fronteiras, que visa facilitar o comércio entre os países, permitindo a exportação e importação de até 47 produtos agrícolas e manufacturados, com isenção de direitos alfandegários até mil dólares.
O programa, implementado no final de 2023, foi elogiado como uma medida estratégica para impulsionar as economias de ambos os países. Contudo, a sua eficácia depende de uma resolução rápida das tensões em Moçambique.
Investidura presidencial em Moçambique é o próximo teste
A cerimónia de investidura de Daniel Chapo como novo Presidente de Moçambique, marcada para 15 de Janeiro, é vista como um momento decisivo para a pacificação do País. A comunidade internacional e os parceiros regionais aguardam com expectativa o desfecho desta transição, na esperança de que possa trazer a tão necessária estabilidade para o país e para a região.
Nos últimos três meses, as manifestações pós-eleitorais têm sido um desafio para a governação em Moçambique, e os seus efeitos económicos começam a ser sentidos de forma mais ampla. O Malawi, um dos principais parceiros comerciais, alerta para a necessidade de soluções urgentes que assegurem a continuidade das relações bilaterais e a recuperação económica.
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