AIMO Quer Influenciar Políticas e Criar Base de Inteligência Industrial Para Sustentar Competitividade

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Questões-Chave:
  • Associação Industrial de Moçambique reforça presença em mesas de decisão e grupos de trabalho governamentais;
  • Criação de base de dados industrial para orientar investimentos e políticas;
  • Foco em tecnologia, inovação e mão-de-obra qualificada como pilares do ecossistema industrial;
  • Aposta em projectos estruturantes para capacitação, certificação e acesso ao financiamento;
  • Parcerias e cooperação internacional alinhadas a uma visão de longo prazo.

Agora sob a liderança de Paulo Chibanga, a Associação Industrial de Moçambique (AIMO) quer passar de um papel de mera representação empresarial para um actor decisivo na formulação de políticas públicas e reformas económicas. A criação de uma “Inteligência Industrial” e a defesa de um ecossistema robusto são centrais para esta estratégia.


Para a nova direcção da AIMO, a competitividade da indústria moçambicana exige mais do que capacidade produtiva — precisa de inteligência estratégica e influência política. “A AIMO deve estar sentada a todo momento nas mesas de decisão”, defende Paulo Chibanga, salientando que a associação já participa em grupos de trabalho com o Ministério da Economia, a Secretaria de Indústria e o Gabinete de Reformas para apresentar propostas concretas.

Um dos projectos emblemáticos será a Inteligência Industrial, concebida para recolher, organizar e analisar dados sobre o sector. O objectivo é fornecer informação de qualidade que permita identificar gargalos, projectar investimentos e formular políticas públicas ajustadas à realidade industrial. “Sem uma base de dados sólida, é difícil discutir soluções ou decidir onde investir”, afirma.

O reforço do ecossistema industrial passa também pela aposta em tecnologia, inovação e qualificação da mão-de-obra. Chibanga identifica a fraca preparação técnica como uma barreira séria à competitividade, defendendo um investimento direccionado em competências e certificações que permitam às empresas operar segundo padrões internacionais.

A Agência de Desenvolvimento Industrial, outro projecto-âncora, pretende apoiar especialmente micro, pequenas e médias indústrias (MPME) na certificação, formação e acesso a financiamento. Em paralelo, o Projecto de Acreditação Industrial procurará alinhar as empresas com as exigências do mercado global e dos grandes projectos nacionais.

No campo das relações externas, a AIMO defende que parcerias público-privadas e cooperação internacional só fazem sentido se alinhadas com a estratégia industrial nacional e estruturadas para o longo prazo. “Não podemos ter projectos a curto prazo que não se integrem numa visão maior para a indústria”, sublinha Chibanga.

A postura proactiva da AIMO insere-se num momento em que Moçambique procura acelerar reformas e implementar medidas de diversificação económica. Para Chibanga, o sector industrial deve assumir-se como eixo central dessa transformação, articulando-se com outros sectores e aproveitando oportunidades como a integração nas cadeias de valor regionais e continentais, em especial no contexto da Zona de Comércio Livre Continental Africana.

O presidente da AIMO conclui com uma mensagem de mobilização: “Os industriais devem recuperar o protagonismo e alinhar-se numa visão única para o sector, investindo em inovação e tecnologia para competir no mercado global.”

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