Kenmare Aumenta Receitas em 3% no Primeiro Semestre, Mas Lucros Desabam 71%

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  • Empresa reporta imparidade de 100 milhões USD e custos mais elevados; projecto de expansão da WCP A em Moma avança dentro do orçamento
Questões-Chave:
  • Receitas subiram 3% para 159,6 milhões USD, impulsionadas por maiores embarques e mix de produtos de valor acrescentado;
  • EBITDA ajustado caiu 25%, para 47,2 milhões USD, devido ao aumento de custos operacionais;
  • Lucro após impostos ajustado recuou 71%, para 6,1 milhões USD, penalizado por imparidade de 100,3 milhões USD;
  • Custo operacional médio subiu 14%, para 248 USD/ton, e custo de ilmenite líquido de co-produtos cresceu 5%, para 211 USD/ton;
  • Dívida líquida aumentou para 85,1 milhões USD, mas a empresa ainda dispõe de 70 milhões USD da sua linha de crédito;
  • Produção de HMC (670.600 ton) e produto acabado (500.800 ton) cresceram 2% YoY;
  • Expansão da Wet Concentrator Plant A avança com 60% do investimento já executado (208 milhões USD de 341 milhões previstos);
  • Negociações com o Governo de Moçambique para renovação do acordo da mina de Moma prolongam-se há quase três anos.

A Kenmare Resources plc, operadora da mina de areias pesadas de Moma, em Nampula, registou um aumento de 3% nas receitas no primeiro semestre de 2025, para 159,6 milhões de dólares. Contudo, os lucros foram fortemente afectados por custos mais elevados e por uma imparidade de 100 milhões de dólares, resultando numa queda de 71% no lucro após impostos ajustado.

De acordo com o anúncio de resultados divulgado a 20 de Agosto, as receitas da Kenmare beneficiaram de embarques mais fortes e de um mix de produtos de maior valor, nomeadamente no segmento do ilmenite. Apesar deste desempenho, o EBITDA ajustado caiu 25%, para 47,2 milhões de dólares, reflectindo a pressão dos custos operacionais, que subiram 14% para 248 dólares por tonelada.

O lucro após impostos ajustado desceu 71%, fixando-se em 6,1 milhões de dólares, fortemente penalizado pelo registo de uma imparidade não monetária de 100,3 milhões de dólares, associada a assunções mais baixas de preços futuros. Ainda assim, a administração recomendou a distribuição de um dividendo intercalar de 10 cêntimos de dólar por acção, sublinhando a confiança na robustez financeira da empresa.

A produção manteve-se em linha com o ano anterior, com 670.600 toneladas de HMC (+2%) e 500.800 toneladas de produto acabado (+2%). Os embarques também cresceram 2%, para 488.900 toneladas.

No plano operacional, destaca-se o avanço do projecto de expansão da Wet Concentrator Plant A (WCP A), com 60% da obra concluída e 208 milhões de dólares já investidos, de um total de 341 milhões previstos. A empresa espera desembolsar mais 70 milhões até ao final do ano, atingindo 80% do orçamento global.

Do ponto de vista financeiro, a dívida líquida aumentou para 85,1 milhões de dólares, face aos 25 milhões no final de 2024. Contudo, a Kenmare mantém acesso a 70 milhões de dólares não utilizados da sua linha de crédito, reforçando a liquidez disponível.

Em termos de mercado, a procura por ilmenite continua robusta, suportada pelo sector global de pigmentos e pela indústria do titânio metálico. Já o mercado de zircão permanece fraco, embora a procura pelo produto de qualidade da Kenmare se mantenha estável.

No relacionamento com o Governo de Moçambique, a Kenmare confirmou que as negociações sobre a renovação do Implementation Agreement da mina de Moma se arrastam há quase três anos. A empresa admite a possibilidade de recorrer a arbitragem internacional caso não seja possível chegar a um acordo.

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