Daniel Chapo Convida Empresários Argelinos a Apostar em Moçambique

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Questões-Chave:
  • Presidente Daniel Chapo assegura que o governo está disponível para apoiar e facilitar parcerias;
  • Hidrocarbonetos e energia concentram investimentos de cerca de 50 biliões de dólares, com ENI, TotalEnergies, ExxonMobil e Sasol;
  • Argélia é vista como referência para Moçambique na indústria farmacêutica e na saúde;
  • Turismo, corredores logísticos e agricultura reforçam complementaridades económicas entre os dois países;
  • Filosofia de Daniel Chapo: “África em primeiro lugar”, como princípio de cooperação e industrialização.

Presidente da República destaca sectores estratégicos e defende uma cooperação que privilegie a industrialização africana

O Presidente da República, Daniel Chapo, convidou os empresários argelinos a investir em Moçambique, sublinhando que o país reúne vastas oportunidades em sectores estratégicos como hidrocarbonetos, saúde, turismo, logística e agricultura. Durante a sua visita de trabalho a Argel, Chapo defendeu uma cooperação que coloque “África em primeiro lugar”, transformando a solidariedade histórica entre os dois países em alianças económicas concretas para acelerar a industrialização.


Num encontro com empresários argelinos, Daniel Chapo garantiu que “o governo moçambicano está disponível para apoiar e facilitar os passos necessários para que as parcerias se tornem uma realidade”.

Recordando o apoio mútuo que uniu Moçambique e Argélia durante as lutas de libertação, o Chefe de Estado frisou que é chegada a hora de replicar o mesmo espírito na frente económica: “Agora é hora de seguirmos o mesmo exemplo para a independência económica e, deste modo, melhorar a condição de vida de nossos povos”.

Entre os sectores prioritários, os hidrocarbonetos lideram a agenda. Chapo destacou que Moçambique se posiciona como um dos maiores produtores de gás natural do continente, com projectos avaliados em cerca de 50 biliões de dólares. “Estamos neste momento com cinco projectos, um em Temane, Inhambane, já a exportar gás há mais de 20 anos pela sul-africana Sasol. Mas temos quatro grandes projectos no norte do país, com a ENI, TotalEnergies e ExxonMobil, que representam algumas das maiores descobertas de gás ao nível mundial”, afirmou.

Para além da energia, a indústria farmacêutica e a saúde surgem como áreas de prioridade imediata. “Actualmente, dependemos de importações em quase 100%, sobretudo da Índia. Precisamos de produtores locais de medicamentos, incluindo vacinas e equipamentos médicos, e a Argélia é um exemplo de referência em África”, declarou, acrescentando que o sector privado argelino pode ter um papel fundamental no investimento em clínicas e hospitais.

O turismo foi igualmente apontado como um sector com forte potencial, sustentado por “uma costa de 2.700 km de extensão, praias e ilhas paradisíacas, reservas naturais e um património histórico e cultural invejável”. O Presidente anunciou a realização, em Novembro, de uma conferência internacional de turismo em Vilankulo, Inhambane, e sugeriu que uma ligação aérea regular entre Maputo e Argel através da Air Algérie poderia ser “um grande catalisador do turismo e negócio entre os dois países”.

No plano logístico, sublinhou que Moçambique controla corredores estratégicos — Maputo, Beira e Nacala — que garantem acesso directo a sete países sem litoral na África Austral, reforçando a sua posição como plataforma regional de comércio.

A agricultura completa o quadro de oportunidades. Chapo destacou que Moçambique possui terras aráveis e condições agro-ecológicas para relançar a produção de castanha de caju, outrora líder mundial, e para diversificar exportações de fruta e outros produtos agrícolas.

Ao abordar a cooperação académica e de formação, o Presidente enalteceu os progressos já alcançados e manifestou interesse em aprofundar parcerias no ensino superior e na capacitação técnica em áreas como hidrocarbonetos, engenharia e saúde.

No encerramento do encontro, Daniel Chapo sublinhou a filosofia que orienta a sua diplomacia económica: “Se não encontrarmos soluções entre nós, os nossos recursos vão desenvolver a Europa, a Ásia ou a China. África em primeiro lugar. Esta é a nossa filosofia”.

Com este discurso, o Chefe de Estado pretendeu não apenas mobilizar investimento argelino, mas também consolidar um eixo de cooperação Sul-Sul, capaz de transformar recursos naturais em industrialização, gerar emprego e ampliar o protagonismo africano na economia global.

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