Ouro Prolonga Rali Recorde Impulsionado Por Expectativas De Corte De Taxas Do Fed

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Questões-Chave:
  • Preço do ouro atinge novo máximo histórico de US$ 3.659,10 por onça;
  • Expectativas de corte nas taxas de juro pelo Federal Reserve enfraquecem o dólar e os rendimentos dos Treasuries;
  • Probabilidade de 89,4% para corte de 25 pontos base e de 10,6% para corte de 50 pontos base na reunião do Fed;
  • Inflação nos EUA será o próximo grande teste, com dados do PPI e CPI esta semana;
  • Ouro acumula alta de 38% em 2025, após valorização de 27% em 2024.

O ouro manteve a sua trajectória ascendente e renovou máximos históricos nesta terça-feira, 09 de Setembro, sustentado pela expectativa de que o Federal Reserve avance com cortes nas taxas de juro ainda este mês, num contexto de enfraquecimento do dólar e queda nos rendimentos das obrigações do Tesouro norte-americano.


O preço do ouro à vista avançou 0,2%, para US$ 3.642,09 por onça, às 06h36 GMT, depois de alcançar o recorde de US$ 3.659,10 no início da sessão. Os futuros do ouro nos Estados Unidos, para entrega em Dezembro, registaram igualmente uma valorização de 0,1%, para US$ 3.682,10.

Segundo Tim Waterer, analista-chefe da KCM Trade, “provavelmente veremos mais alta no ouro a partir de agora, desde que o banco central dos EUA atenda às expectativas do mercado de múltiplos cortes nas taxas”.

O ambiente de mercado reforça esse cenário. O crescimento do emprego nos Estados Unidos desacelerou acentuadamente em Agosto, com a taxa de desemprego a subir para 4,3%, o nível mais alto em quase quatro anos. A deterioração do mercado laboral consolidou o argumento a favor de uma flexibilização monetária já na próxima reunião do Fed.

De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, os investidores atribuem 89,4% de probabilidade a um corte de 25 pontos base e 10,6% a um corte de 50 pontos base. Taxas mais baixas tendem a pressionar o dólar e os rendimentos das obrigações, aumentando o apelo do ouro, que não paga juros.

O índice do dólar recuou para o nível mais baixo em quase sete semanas, tornando o metal precioso mais acessível a investidores que transaccionam noutras moedas. Paralelamente, o rendimento dos Treasuries a dez anos caiu para o nível mais baixo em cinco meses.

A atenção dos investidores volta-se agora para os dados de inflação nos EUA, com o índice de preços no produtor (PPI) a ser divulgado na quarta-feira e o índice de preços no consumidor (CPI) na quinta-feira. Estes dados podem reforçar o tom mais dovish do Fed. “Um potencial catalisador de curto prazo seria se os dados da inflação dos EUA ficassem abaixo das expectativas esta semana, o que poderia levar o Fed a acelerar as ambições do ouro de atingir os US$ 3.700”, referiu Waterer.

No acumulado de 2025, o ouro já soma uma valorização de 38%, após um ganho de 27% em 2024, suportado por um dólar enfraquecido, compras robustas de bancos centrais, políticas monetárias acomodatícias e um quadro global de maior incerteza.

Nos restantes metais preciosos, a prata manteve-se estável em US$ 41,32 por onça, a platina avançou 0,6% para US$ 1.390,80, e o paládio ganhou 1,1%, para US$ 1.147,07.

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