Dívida do Sector Empresarial do Estado Aumenta 7,2% no II Trimestre de 2025

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Questões-Chave:
  • Pagamentos digitais instantâneos como o Pix (Brasil) e UPI (Índia) transformaram a inclusão financeira;
  • Fintechs e Big Techs ampliam o crédito a pequenas empresas e regiões negligenciadas pelos bancos;
  • Criptoactivos e stablecoins oferecem inovação, mas levantam riscos de volatilidade, fraude e soberania monetária;
  • Tokenização pode revolucionar pagamentos transfronteiriços e mercados de capitais, com liquidação atómica e melhor gestão de colateral;
  • Política pública é essencial para orientar a inovação e evitar riscos sistémicos, como mostra o exemplo do Project Agorá.

A dívida directa do Sector Empresarial do Estado (SEE) registou uma subida significativa no segundo trimestre de 2025, atingindo MZN 39.582,52 milhões (US$ 619,44 milhões), o que corresponde a um aumento de 7,2% face ao trimestre anterior. O crescimento foi impulsionado por novos financiamentos externos, sobretudo ligados à expansão de projectos estratégicos das empresas públicas.

De acordo com o Boletim Trimestral sobre a Dívida Pública, o aumento da dívida do SEE resultou essencialmente da expansão da dívida externa, que passou de US$ 255,36 milhões para US$ 292,38 milhões, equivalente a um crescimento de 14,5%. Entre os factores determinantes destacou-se a contratação de um financiamento de US$ 36 milhões pelos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), destinado ao co-financiamento da expansão do Terminal de Combustíveis em Pemba.

As empresas públicas foram responsáveis pela maior parte do aumento, com destaque para os CFM, cuja dívida interna subiu em MZN 504,55 milhões (7,6%) no trimestre. A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) também registou um acréscimo de MZN 53,71 milhões, associado a operações de tesouraria com o Standard Bank. Por seu lado, a TMCEL viu o stock da dívida interna recuar ligeiramente (–5,0%).

No que respeita à estrutura de taxas de juro, cerca de 90% da dívida directa do SEE encontra-se indexada a taxas variáveis, o que reforça a vulnerabilidade do sector público empresarial a choques de mercado e alterações nas condições de financiamento internacional.

A composição por moeda confirma o predomínio do dólar norte-americano, que representou 69,3% da dívida total do SEE, seguido pelo metical, com 30,1%, e pelo euro, com apenas 0,6%. Esta estrutura cambial reflecte a forte dependência do sector em relação ao financiamento externo, sobretudo em divisas, aumentando a exposição a riscos cambiais.

Empresas Participadas e Empresas Públicas

Entre as empresas participadas, o stock manteve-se relativamente estável, com variação marginal de –1,6%, destacando-se quedas no BNI (–43,9%) e na TMCEL (–5,0%). Entre as empresas públicas, ao contrário, registou-se um aumento de 4,1%, impulsionado pelos CFM e pela HCB.

O desempenho do SEE no trimestre reforça a importância das empresas estatais na dinâmica da dívida pública, não apenas pelo montante absoluto da sua exposição, mas também pela qualidade e perfil dos financiamentos contraídos, que têm impacto directo na sustentabilidade global da dívida do país.

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