
Dólar Oscila Antes de Decisão da Fed: Expectativas de Corte de Juros e Movimentos Asiáticos Marcam o Dia
A moeda norte-americana recupera ligeiramente após duas sessões em queda, num mercado dividido entre o abrandamento monetário da Reserva Federal e os sinais de endurecimento na política japonesa.
- O Índice Dólar (DXY) sobe 0,2%, após atingir o nível mais baixo desde 21 de Outubro;
- Investidores aguardam a decisão de política monetária da Reserva Federal, com probabilidade elevada de corte de juros;
- O iene japonês ganha terreno após declarações de Scott Bessent, que sinalizou abertura da nova governação japonesa a aumentos de taxas pelo Banco do Japão;
- O dólar australiano valoriza 0,2%, sustentado por dados de inflação acima do esperado que adiam cortes da RBA;
- O foco também recai sobre o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, que poderá definir um quadro para aliviar as tensões comerciais EUA–China.
O dólar norte-americano estabilizou esta quarta-feira, subindo 0,2% face às principais moedas, antes da muito aguardada decisão da Reserva Federal sobre a taxa de juro directora. A reunião ocorre num momento em que os mercados antecipam uma trajectória de reduções graduais de juros nos próximos meses, sinalizando o início de uma nova fase da política monetária dos Estados Unidos.
Investidores Entre o Ceticismo e a Esperança de Alívio Monetário
O dólar vinha de duas sessões consecutivas em baixa, atingindo o mínimo de uma semana (98,56 pontos no DXY). O ligeiro ganho de hoje reflecte uma reacção técnica e a prudência dos investidores antes do anúncio da Fed.
Os operadores procuram indícios sobre a dimensão e o ritmo dos futuros cortes de juros, depois de um ciclo restritivo que se prolongou desde 2022. Caso o banco central sinalize uma política mais branda, o dólar poderá retomar a tendência descendente observada no terceiro trimestre.
Iene Reage a Sinais de Endurecimento no Japão
O iene japonês valorizou-se ligeiramente, para 152,05 por dólar, após declarações do Secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, em Tóquio. Bessent afirmou que o novo governo japonês está aberto a permitir que o Banco do Japão (BoJ) suba as taxas de juro, após anos de política ultra-expansionista.
Apesar disso, o BoJ deverá manter a taxa inalterada na reunião de quinta-feira, mas o mercado observa atentamente os sinais de dissidência interna: dois dos nove membros do conselho já se manifestaram favoráveis a um aumento, e um terceiro voto contrário poderá antecipar um ciclo de subida em Dezembro ou Janeiro.
Segundo Shoki Omori, estratega do Mizuho Securities, “a possibilidade de três votos dissidentes poderá levar o mercado a precificar aumentos mais rápidos, pressionando o par USD/JPY em baixa”.
Dólar Australiano Surpreende Com Inflação Acima do Esperado
O dólar australiano (AUD) também registou ganhos moderados, subindo 0,2% para 0,6599 USD, após dados de inflação trimestral acima do esperado. O indicador afasta, por ora, a possibilidade de um corte de juros pelo Banco de Reserva da Austrália (RBA) na próxima semana.
Segundo Luci Ellis, economista-chefe do Westpac, “a dimensão da surpresa inflacionista torna improvável qualquer redução das taxas antes de Fevereiro de 2026”.
O Peso da Política e o Factor Geopolítico
Além das expectativas monetárias, o mercado acompanha o encontro entre o Presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, agendado para quinta-feira na Coreia do Sul.
A reunião poderá definir um novo enquadramento para travar o agravamento das tarifas norte-americanas e as restrições chinesas à exportação de terras raras, num contexto de tensão comercial e tecnológica crescente.
Um Dólar Mais Instável, Num Mundo em Transição
O comportamento cambial desta semana reflecte a sensibilidade extrema dos mercados às decisões monetárias das principais economias.
A expectativa de um corte de juros nos EUA, conjugada com sinais de aperto no Japão e resistência inflacionária na Austrália, revela um mundo monetariamente assimétrico, no qual as moedas se movem mais por política do que por fundamentos.
Analistas notam que o período de transição pós-ciclo restritivo da Fed poderá acentuar a volatilidade cambial global até que surjam sinais claros sobre o ritmo do abrandamento económico norte-americano.
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