“Crescer Sem Incluir É Regredir Disfarçadamente” — A Leitura Estratégica de Salim Valá Sobre a Nova Crise Económica

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Na apresentação da nova edição do livro de Ibraimo Mussagy, o Ministro da Planificação e Desenvolvimento sublinhou que o país deve encarar a crise com maturidade e responsabilidade, reforçando instituições, corrigindo vulnerabilidades estruturais e adoptando um modelo de crescimento verdadeiramente inclusivo

Questões-Chave:
  • As afirmações do Ministro foram feitas na cerimónia de lançamento do livro “Economia de Moçambique e os Desafios da Nova Crise”;
  • Valá considera a obra um contributo essencial para compreender as vulnerabilidades económicas do país;
  • O Ministro defende que o crescimento que não integra os mais vulneráveis aprofunda desigualdades e fragilidades;
  • Sustenta que reconhecer a gravidade do momento económico é um acto de responsabilidade, não de pessimismo;

Na qualidade de apresentador da segunda edição do livro “Economia de Moçambique e os Desafios da Nova Crise”, o Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, ofereceu uma das leituras mais incisivas sobre os desafios económicos actuais. Valá destacou que Moçambique só conseguirá superar a nova crise se adoptar políticas de inclusão, reforçar a maturidade institucional e encarar a realidade com transparência e responsabilidade. Para o governante, a obra de Ibraimo Mussagy é um contributo essencial para este exercício colectivo de consciência económica.

O sentido da obra no debate económico nacional

O Ministro iniciou a sua intervenção sublinhando a relevância do livro no actual momento económico. Para Valá, a nova edição surge num tempo em que Moçambique enfrenta desafios complexos — sociais, fiscais, cambiais, produtivos e institucionais — que exigem reflexão séria e acção concertada.

A obra, segundo o Ministro, cumpre exactamente esta função: oferece o diagnóstico, coloca questões incómodas e convoca todos os actores ao debate informado.

Incluir para crescer: o ponto central da mensagem

A afirmação mais forte da intervenção de Salim Valá sintetiza uma das principais linhas estratégicas defendidas pelo Ministério da Planificação e Desenvolvimento:

“Crescer sem incluir é regredir disfarçadamente.”

Valá sublinhou que o país não pode continuar a crescer de forma segmentada, deixando vastas franjas da população fora da dinâmica económica. Esse modelo, afirmou, não só é injusto, como fragiliza o próprio crescimento, tornando-o insustentável e vulnerável a choques.

O Ministro reforçou que a crise recente — económica, cambial, social e institucional — tornou evidente a importância da inclusão como variável estrutural e não apenas social.

A maturidade para encarar a crise

Num dos trechos mais marcantes da sua intervenção, Valá afirmou:

“Reconhecer o momento difícil não é pessimismo. É maturidade e responsabilidade. Porque só quando encaramos a realidade de frente é que podemos transformá-la.”

Esta leitura dialoga directamente com a tese central do livro de Mussagy: a economia moçambicana só poderá recuperar se admitir as suas fragilidades estruturais e se as políticas públicas forem desenhadas com base em diagnósticos reais, e não em narrativas idealizadas.

Para o Ministro, a honestidade intelectual é uma condição para políticas eficazes.

Da análise à acção: o que a obra exige

Valá destacou que a obra de Mussagy não se limita ao diagnóstico. Ela apresenta caminhos e convoca reformas, entre os quais, o fortalecimento institucional, a disciplina fiscal, políticas activas de inclusão, a diversificação económica, melhor governação, investimento mais eficiente e, o planeamento de longo prazo.

Para o Ministro, estas recomendações coincidem com a agenda governamental de estabilização e transformação económica.

Disse também que o país deve assumir um compromisso geracional com a qualidade das políticas públicas, com a execução rigorosa e com a responsabilização institucional.

Um apelo à responsabilidade colectiva

Valá referiu que a obra de Mussagy é um ponto de partida para uma conversa mais ampla sobre o futuro económico do país, e que essa conversa deve ser partilhada:

  • pelo Governo,
  • pelo sector privado,
  • pela academia,
  • pelos parceiros de cooperação,
  • e pela sociedade civil.

Nesta leitura, o Ministro mostra que o debate sobre a crise económica não é exclusivo dos especialistas, mas pertence ao país como um todo.

Um livro que reforça a agenda de reformas

O Ministro concluiu afirmando que a obra é uma ferramenta útil para orientar decisões públicas e privadas, e que deve ser lida como um convite à acção. A nova crise, segundo Valá, não será superada com discursos, mas com reformas concretas, coerência institucional e crescimento com inclusão.

A intervenção de Salim Valá coloca a obra de Ibraimo Mussagy no centro do debate económico nacional. Ao defender que o crescimento só é sustentável se for inclusivo e que a realidade deve ser encarada com maturidade e responsabilidade, o Ministro reforça a ideia de que Moçambique precisa de transformar diagnóstico em acção. O país carrega desafios profundos, mas possui também instrumentos, conhecimento e vontade política para construir uma economia mais robusta, equitativa e resiliente.

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