Redução de custo consta das soluções alternativas para melhoria da acessibilidade do gás doméstico no contexto da sua massificação

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Melhoria da acessibilidade através da redução do custo percebido pelos consumidores, constitui o foco da iniciativa, “Dá+Gás Moçambique”, do Programa Nacional de Massificação de Utilização de gás de cozinha.

Avaliada em cerca de 200 milhões de dólares, a iniciativa governamental compreende uma série de intervenções na cadeia de distribuição do recurso na perspectiva coloca-lo ao serviço das comunidades, reduzindo os custos logísticos de distribuição e as barreiras de acesso, estabelecendo um mecanismo de preços favoráveis a todos os intervenientes.

Para o efeito, “o programa desenhou uma série de intervenções orientadas para o consumidor assim como para os distribuidores”, objectivando a redução das barreiras nos elementos que tornam o gás relativamente mais caro, incluindo o acesso a botijas e os elementos de queima: “tornar estes elementos acessíveis vai tornar o acesso ao gás de cozinha mais acessível”, destacou Anucêncio Bouene, assessor do Ministro dos Recursos Minerais e Energia, falando ao “O.ECONÓMICO” sobre o contexto e o âmbito das intervenções do programa.

“Há uma ideia de que o gás é caro; é um custo percebido. Esta percepção existe porque os elementos que tornam o acesso ao gás são considerados caros”, frisou, para depois explicar que, através de soluções de soluções alternativas, o programa deverá reduzir o “custo percebido” pelos consumidores e, deste modo, mitigar a pobreza energética ao nível dos agregados familiares de maneira economicamente viável.

Fundamentalmente, a implementação do programa apostará em soluções para a venda de quantidades mais fraccionadas e o estabelecimento de uma cadeia de distribuição regular e eficiente para levar o produto ao consumidor final, com a criação de uma rede de distribuidores responsáveis pela armazenagem, enchimento de botijas e distribuição para a rede de retalho.  

Com efeito, o programa compreende várias iniciativas do sector público e privado para o desenvolvimento de novos mercados e promoção do acesso a energias limpas para uso doméstico ao longo dos próximos cinco anos, criando um ambiente favorável no sector para atracção de investimentos privados, com vista a implementar em larga escala projectos na cadeia de valor do produto.

Segundo avançou, são várias as oportunidades para participação do sector privado, sendo que este figura como um “grande actor” de todo o processo de massificação, desde a construção dos centros de enchimento até ao fornecimento do produto aos agregados familiares, pelo que: “o sector privado também é chamado a colaborar na sensibilização, divulgação e educação dos consumidores”.

Com o apoio do sector privado, o programa prevê expandir o parque de botijas no país, das actuais 782.100 para 2.782.100 botijas em 2026, reduzindo o rácio agregado familiar/botija de oito para dois e aumentando a consumo per capita de gás de cozinha de 1,4 para 2,7 kg/ano. Paralelemente, perspectiva-se um incremento da capacidade de armazenagem para cerca de 18 mil toneladas métricas por ano, contra as actuais 12 mil.  

Recorde-se que, apesar de ter experimentado uma tendência de crescimento nos últimos cinco anos, o uso do gás de cozinha pelos agregados familiares no país continua bastante limitado. Com um consumo anual estimado em cerca de 43 mil toneladas, o país posiciona-se como o terceiro com o nível mais baixo em relação aos países da região da SADC.

Acompanhe a entrevista na íntegra:

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