Alumínio estável a US$ 2.635: China e Rússia dominam produção, Ásia impulsiona demanda
O alumínio, essencial para diversos sectores industriais, apresenta-se actualmente com um preço estável de 2.635 dólares por tonelada métrica (29 de Novembro de 2024). Embora longe do pico histórico registado em Março de 2022, quando atingiu 3.498 dólares por tonelada, o mercado continua a ser moldado por forças complexas que vão desde tensões geopolíticas até desafios de sustentabilidade.
Tendências recentes e valor de mercado
Após atingir o recorde histórico em 2022, impulsionado por interrupções na cadeia de fornecimento, custos elevados de energia e tensões geopolíticas, os preços do alumínio registaram um recuo e estabilizaram-se nos níveis actuais. Esta estabilização resulta de esforços coordenados entre os principais produtores para equilibrar oferta e procura, enquanto os mercados se adaptam às novas dinâmicas económicas globais.
Apesar dessa relativa estabilidade, o mercado continua sensível a variáveis como mudanças na política ambiental, custos energéticos e flutuações na procura industrial, que podem gerar novas ondas de volatilidade no futuro.
Produção e os principais actores do mercado
A China lidera amplamente a produção mundial de alumínio, contribuindo com mais de 55% do total global. Em 2019, a produção global foi de aproximadamente 64 milhões de toneladas métricas, das quais cerca de 36 milhões vieram da China. A Rússia, com destaque para a gigante Rusal, é outro grande exportador, embora afectada por sanções e desafios logísticos. Outros actores relevantes incluem a Índia, os Emirados Árabes Unidos e o Canadá.
Na América Latina, o Brasil destaca-se com uma produção de 659 mil toneladas em 2018, sendo também referência mundial na reciclagem de alumínio, com uma taxa superior a 95%.
Outros produtores significativos incluem:
- Índia: 3,7 milhões de toneladas.
- Rússia: 3,6 milhões de toneladas.
- Canadá: 2,9 milhões de toneladas.
- Emirados Árabes Unidos: 2,7 milhões de toneladas
Procura e principais importadores
A procura global de alumínio é liderada pela Ásia, com a China a ser também o maior consumidor devido à sua vasta base industrial. O Japão, a Coreia do Sul e a Índia são outros grandes compradores, especialmente para aplicações nos sectores automóvel e electrónico.
Na Europa, a Alemanha e a Itália assumem papéis de destaque nas importações, com o alumínio a ser essencial para projectos de infraestruturas verdes e mobilidade eléctrica. Nos Estados Unidos, a recuperação económica e a forte demanda nos sectores automóvel e de construção mantêm o país entre os principais consumidores, apesar das barreiras tarifárias que limitam importações de grandes produtores como a China e a Rússia.
Sustentabilidade e reciclagem
O alumínio é amplamente reconhecido como um dos metais mais recicláveis do mundo, consumindo apenas 5% da energia necessária para a produção primária. Este atributo faz dele um material central na transição para uma economia sustentável. Países como o Brasil lideram nesse aspecto, destacando-se na reciclagem de latas de alumínio.
Além disso, esforços globais têm sido feitos para reduzir a pegada de carbono na produção primária, com novos investimentos em tecnologias de fusão mais limpas e eficientes.
Perspectivas futuras
O mercado de alumínio enfrenta desafios consideráveis, incluindo os elevados custos de energia, tensões geopolíticas e restrições ambientais. No entanto, a transição energética e o aumento da procura em sectores como mobilidade eléctrica e energias renováveis devem impulsionar a procura pelo metal nos próximos anos.
Espera-se que os preços se mantenham estáveis a curto prazo, com oscilações pontuais devido a choques de oferta ou mudanças na política económica global. A longo prazo, o alumínio continuará a desempenhar um papel estratégico no desenvolvimento de infraestruturas sustentáveis e na descarbonização da economia.
Com um mercado avaliado em milhares de milhões de dólares, o alumínio permanece um dos pilares da economia global. Seja na sua produção em larga escala, na procura crescente por aplicações sustentáveis ou na reciclagem exemplar, o metal consolida-se como um recurso indispensável para um futuro mais resiliente e sustentável. A sua trajectória recente e as perspectivas futuras reforçam a importância de estratégias integradas para lidar com os desafios e aproveitar as oportunidades que o alumínio oferece ao mundo.
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