Álvaro Massingue Assume Presidência da CTA Após Vitória Histórica Marcada por Resistência e Ruptura

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Destaques:

  • Álvaro Massingue venceu com 87 votos e assume a presidência da CTA com forte legitimidade;
  • Candidatura foi inicialmente rejeitada, mas aceite após intervenção da Assembleia Geral;
  • Processo eleitoral marcado por contestação, tentativa de exclusão e resistência institucional;
  • Massingue representa uma mudança de ciclo, com apelo à transparência, inclusão e apoio às MPMEs;
  • O desafio agora é reconectar a CTA com a sua base e reforçar a sua credibilidade junto do sector privado.

A eleição de Álvaro Massingue como novo Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) marca um ponto de inflexão na governação do sector privado nacional. Vindo de um processo conturbado, inicialmente rejeitado pela Comissão Eleitoral, Massingue acabou por vencer com ampla maioria, desafiando o sistema e inaugurando um novo capítulo na história da organização.

Com 87 votos favoráveis, Álvaro Massingue impôs-se como novo presidente da CTA, no final de um processo eleitoral tudo menos convencional. A sua candidatura — inicialmente rejeitada — acabou por ser validada apenas na tarde da eleição, após uma intervenção decisiva da Assembleia Geral, que reconheceu o direito do empresário a concorrer. A partir daí, seguiu-se uma vitória clara e incontestável.

Durante dois meses de tensão interna, Álvaro enfrentou tentativas de silenciamento, exclusão e manipulação processual, num ambiente que muitos descreveram como uma luta entre estruturas de poder cristalizadas e uma nova geração de empresários exigindo maior abertura, descentralização e legitimidade.

A sua vitória representa mais do que uma mudança de rosto: é uma ruptura com a imagem de uma CTA excessivamente centralizada e distante das bases. Ao longo da campanha, Álvaro Massingue posicionou-se como porta-voz das micro, pequenas e médias empresas, defendendo uma plataforma de inclusão real, transparência institucional e diálogo aberto com o tecido empresarial disperso por todo o país.

“Esta não foi uma eleição comum. Foi uma verdadeira batalha institucional entre o velho e o novo”, sublinhou um membro do plenário, descrevendo o ambiente que antecedeu a decisão final.

O significado político e económico da vitória

A forma como a sua candidatura foi inicialmente rejeitada e depois resgatada revela as fissuras internas de uma instituição que, nos últimos anos, vinha sendo acusada de elitismo e distanciamento. A Assembleia Geral, ao reverter a decisão da Comissão Eleitoral, mostrou que ainda existem mecanismos institucionais capazes de travar arbitrariedades — o que, por si só, é um sinal de saúde democrática interna.

Com esta vitória, Álvaro Massingue não só conquista a presidência da CTA, como também reabilita o próprio processo eleitoral, garantindo à organização uma nova oportunidade de reencontro com a sua base empresarial.

Os desafios que se seguem

O novo Presidente terá agora de demonstrar que a coragem demonstrada durante a campanha será acompanhada de capacidade de gestão, escuta activa e reforma interna. As expectativas são altas, e as pressões também.

Massingue herda uma CTA que precisa urgentemente de:

  • Reforçar o seu papel de interlocutor credível do sector privado junto do Estado;
  • Aproximar-se das MPMEs e das regiões periféricas;
  • Garantir um ambiente interno de governação transparente e previsível;
  • Repor a sua autoridade institucional no cenário nacional e internacional.

Uma missão de ruptura e reconstrução

A vitória de Álvaro Massingue é, ao mesmo tempo, um grito de resistência e uma promessa de renovação. Se conseguir governar com o mesmo espírito com que enfrentou as manobras de bastidores, poderá resgatar a relevância e a autoridade da CTA como voz legítima do sector privado moçambicano.

A travessia começa agora — e os empresários esperam que o discurso da mudança se transforme em acção concreta.

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