AMECON alerta para os riscos económicos e sociais das manifestações convocadas por Venâncio Mondlane
A Associação Moçambicana de Economistas (AMECON) manifestou publicamente, nesta segunda-feira, 30 de Outubro, a sua preocupação com os potenciais impactos das manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial nas recentes eleições de Moçambique. O período de mobilização, anunciado para ocorrer entre 31 de Outubro e 7 de Novembro, levanta questões sobre a estabilidade económica, a segurança pública e o desenvolvimento social, segundo a AMECON. A associação alertou que as manifestações, se acompanhadas por violência e interrupções à ordem pública, podem agravar a já fragilizada economia do País, tendo consequências tanto a curto como a longo prazo. “As mobilizações, especialmente próximas de instituições públicas, podem desencadear reacções das forças de segurança, aumentando a tensão e prejudicando o tecido social e económico moçambicano”, lê-se na nota da associação.
Num contexto em que a economia de Moçambique enfrenta desafios significativos, a AMECON sublinhou que as manifestações podem desencorajar investidores estrangeiros, ao aumentar a percepção de risco económico e incerteza jurídica. “A instabilidade política e as incertezas associadas a este tipo de mobilizações podem contribuir para a fuga de capitais e dificultar a recuperação económica do país”, destacou a associação. A AMECON advertiu ainda que estas acções podem prejudicar as actividades comerciais, sobretudo no sector informal, afectando aqueles que dependem da venda de bens essenciais para o seu sustento diário. Além disso, alertou que a interrupção dos negócios pode agravar a inflação e limitar o acesso a produtos básicos, num cenário já marcado por um aumento no custo de vida para a população.
Reconhecendo a importância da liberdade de expressão e do direito de manifestação, a AMECON apelou a todos os atores políticos para que promovam o diálogo e a resolução pacífica de divergências, em respeito à Constituição e ao Estado de Direito. A associação condenou discursos que incitem à violência e ao ódio, salientando que tais acções podem minar o equilíbrio social e económico do país. “Este é um momento que exige prudência e responsabilidade cívica de todos os envolvidos, com o objectivo de preservar a paz e a segurança públicas, fundamentais para um ambiente propício ao desenvolvimento sustentável de Moçambique”, afirmou a AMECON.
A associação relembrou que manifestações anteriores resultaram em episódios de violência, com vítimas fatais, feridos e destruição de propriedades públicas e privadas. Esses eventos deixam marcas na estabilidade do país e representam um risco à paz social, segundo a nota da AMECON. O apelo é, portanto, para que as lideranças políticas e a sociedade civil reconheçam as implicações de tais ações e busquem alternativas pacíficas para a resolução de conflitos.
A AMECON finalizou a sua declaração sublinhando a importância de manter a confiança nas instituições democráticas de Moçambique e no compromisso com os valores constitucionais. Reforçando o seu posicionamento a favor do diálogo construtivo, a associação encorajou que a paz e a estabilidade sejam os princípios norteadores neste período de tensões políticas, a fim de promover o desenvolvimento e o bem-estar de todos os moçambicanos. A mensagem da AMECON reflete uma preocupação ampla sobre o impacto das manifestações para além da esfera política, abrangendo a estabilidade social e a viabilidade económica de Moçambique, num momento em que o país enfrenta desafios para atrair e manter investimentos e fortalecer o seu ambiente de negócios.
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