Banco de Moçambique escala o tom sobre o endividamento público

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O Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, afirmou que o alto endividamento do Governo limita à capacidade operacional do regulador na implementação de políticas económicas eficazes no País.

“Temos um governo que está fortemente endividado, o sector público está fortemente endividado. Isso complica a nossa vida. Mas não paramos por aí. Quando olhamos para qualquer sector corporativo que temos, também tem alguma vulnerabilidade interna”, explicou

Zandamela fez estes pronunciamentos quando interveio na conferência de Alto Nível em Ruanda, intitulada “The envolving role of Central Banks”, no âmbito dos 60 anos do Banco Nacional ruandês

 Segundo dados do Ministério da Economia e Finanças, a dívida acumulada pelo Estado moçambicano cresceu 5,2% em 2023, atingindo 15.217,7 milhões de dólares, 73% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em 31 de Dezembro de 2023, a dívida total contraída externamente ascendia a mais de 10.306 milhões de dólares, um aumento de 2,4% no espaço de um ano, enquanto a dívida interna, através de emissão de Bilhetes e Títulos do Tesouro, bem como de empréstimos do banco central, cresceu 11,5%, para 4.911,3 milhões de dólares.

 Na mesma abordagem, Rogério Zandamela avançou que os riscos cibernéticos tendem a ficar mais complexos, num contexto em que o País tem desafios na regulamentação e identificação dos casos.

“Também temos problemas de riscos cibernéticos, que estão a ficar mais complexos. Vemos isso do ponto de vista do Banco Central. Monitoramos diariamente e em tempo real, onde os riscos cibernéticos estão centrados no Banco Central. Vemos o que acontece com as instituições financeiras”

Não obstante, o governador fez saber que a dependência de Moçambique da ajuda externa para fazer face aos eventos climáticos extremos que afectam regularmente Moçambique é exacerbada. 

 “Sempre que um país como o nosso enfrenta eventos extremos de mudança climática, dependemos do apoio externo. E isso não é positivo. Esta situação reflecte-se no que foi discutido esta manhã, sobre a necessidade de estender a mão e pedir ajuda”, acrescentou.

Entretanto, perante estes desafios, disse o Governador, o Banco de Moçambique tem adoptado medidas para aliviar a pressão sobre o sistema financeiro, procurando mitigar os impactos negativos do elevado endividamento e das vulnerabilidades económicas internas.

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