Café moçambicano quer se distinguir pela qualidade dentro e fora do País

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  • Sector emergente almeja conquistar 100 milhões de dólares dos 100 biliões movimentados anualmente no mundo por este produto

A cultura do café em Moçambique tem vindo a crescer. Trata-se de um nicho que não faz parte ainda das culturas tradicionais de rendimento.

Há uns anos o sector tinha apenas algumas marcas, sendo as tradicionais Café da Gorongosa e do Niassa. Actualmente, outras novas marcas vão surgindo para explorar um mercado ainda quase que virgem.

A Associação Moçambicana dos Cafeicultores, uma agremiação que conta actualmente com doze associados cujas actividades têm estado a impulsionar a cadeia de valor do café moçambicano.

Informações da Organização Internacional do Café indicam que setenta países produzem café no mundo, sendo os maiores produtores Brasil, Vietname, Colômbia, Indonésia e etiópia. Estes países produziram 130,3 milhões de sacos de 60 quilos na safra de 2022/2023, mais de 70 por cento da produção mundial.

Em Moçambique, o sector está a crescer, não só em número de associados como também em competitividade. A título de exemplo, o café de Chimanimani estreou-se este ano na exportação de café para Reino Unido.

Moçambique aderiu à Organização Internacional de Café no ano passado. Há sete anos, eram apenas duas marcas activas na produção do café, hoje são doze, e produzem de forma sustentável para responder também aos apelos globais sobre o clima. “Existe muitas possibilidades de produção de café em Moçambique, onde nós temos dado o foco era de fazer um café à sombra e nós, com isso, tentar parar um problema que existe em Moçambique, que é o corte das árvores. Então a gente fazer e produzir um café à sombra e existem muitas oportunidades no país todo, muitas áreas para produzir”. Explica o Presidente da associação Moçambicana dos cafeicultores, Jenaro Lopez.

O mercado de café é amplo em oportunidades, afirma Lopez.

O que nós temos abordado já há algum tempo junto ao governo e de abraçar essa, essa cadeia, essa nova cadeia de valor do café para poder trazer renda para a população e ser uma cultura permanente. Portanto, não é uma cultura como a do milho, que é sazonal. No entanto, é o café, é uma commodity. É o café que tem uma cotação na bolsa de Nova Iorque e onde manda o preço a nível mundial. Mas é existe uma demanda muito grande”.

O café de Moçambique se destaca pela sua qualidade peculiar no mercado internacional.

 “Algumas das empresas membros da associação já mandaram amostras para fora de Moçambique. E do que tenho conhecimento, o Café Vumba e o Maringá Coffee enviaram amostras para fora […]e tiveram boa pontuação num café especial e acima de 80 pontos. Então é considerado um café especial.

Jenaro Lopez lamenta, porém, os tabus e a falta de conhecimento na cadeia de valor dos projectos de café, avançando que as universidades seriam alternativas para divulgarem o valor desta cultura agrícola considerada de relativa novidade nosso País.

A conjuntura do sector do Café, em África, mostra que as exportações de todas as formas de café diminuíram 1%, para 1,07 milhão de sacos em Outubro de 2023, de 1,08 milhão de sacas em Outubro de 2022.

Na região Austral, o Congo e Angola são os países maiores produtores de café no continente

Angola, por exemplo, teve receitas de mais de 3,5 milhões de dólares, resultado da exportação de 1427 toneladas de café comercial na campanha agrícola 2022/2023, representando um aumento de 37%, comparativamente à última colheita.

Moçambique está a dar o que pode ser considerado como os primeiros passos numa cultura mundial secular e almeja conquistar 100 milhões de dólares dos 100 biliões movimentados anualmente no mundo por este produto.

 

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