
CFM, França e União Europeia Firmam Parceria Estratégica para Modernizar o Corredor Maputo–Ressano Garcia
- Investimento de USD 133 milhões e EUR 30 milhões vai duplicar capacidade da linha férrea e modernizar sinalização, reforçando papel de Moçambique como hub logístico na África Austral.
- Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Agence Française de Développement (AFD) assinam três acordos de financiamento;
- Investimento de dois empréstimos não soberanos da AFD (USD 133 milhões) e subvenção da UE (EUR 30 milhões);
- Duplicação do último troço da linha Maputo–Ressano Garcia e modernização do sistema de sinalização;
- Capacidade anual da linha aumentará de 14,9 milhões para 44,6 milhões de toneladas;
- Redução de 30 mil toneladas de CO₂/ano com a transferência modal da estrada para o comboio;
- Conclusão das obras prevista para 2030, com forte impacto na integração regional e transição energética.
Moçambique, a França e a União Europeia formalizaram uma parceria estratégica para o desenvolvimento e modernização do corredor ferroviário Maputo–Ressano Garcia, com um financiamento que combina empréstimos da Agence Française de Développement (AFD) e uma subvenção da União Europeia. O projecto prevê a duplicação da capacidade da linha e a instalação de um moderno sistema de sinalização, impulsionando a integração regional, a segurança ferroviária e a sustentabilidade ambiental.
A assinatura dos acordos representa um passo decisivo na concretização do Plano Estratégico da CFM, que inclui projectos de modernização da infraestrutura ferroviária, aquisição de material circulante e melhoria da mobilidade urbana. Segundo o Presidente do Conselho de Administração da CFM, Agostinho Langa Júnior, o investimento permitirá elevar a capacidade de transporte da Linha de Ressano Garcia de 14,9 para 44,6 milhões de toneladas por ano, após a conclusão da segunda fase do projecto.
O financiamento é composto por dois empréstimos não soberanos da AFD, no valor total de USD 133 milhões, e uma subvenção de EUR 30 milhões da União Europeia. A duplicação do último troço da linha, que liga Maputo a Ressano Garcia, é vista como essencial para o escoamento eficiente de mercadorias e passageiros, reforçando a competitividade logística de Moçambique na região.
Para além do aumento de capacidade, a substituição do sistema de sinalização por tecnologia moderna e fiável reduzirá significativamente o número de acidentes e melhorará a eficiência operacional. Com a transferência do transporte rodoviário para o ferroviário, estima-se uma redução anual de 30 mil toneladas de emissões de gases com efeito de estufa.
O Embaixador de França em Moçambique e Essuatíni, Yann Pradeau, sublinhou o orgulho do seu país em apoiar o desenvolvimento sustentável e a integração regional de Moçambique, destacando a reconhecida experiência francesa no sector ferroviário.
Por sua vez, Paula Vazquez-Horyaans, Chefe de Cooperação da Delegação da União Europeia em Moçambique, realçou que este investimento está alinhado com a estratégia Global Gateway da UE, que promove corredores de transporte inteligentes, limpos e seguros, capazes de impulsionar a integração regional e o desenvolvimento económico.



Significado Estratégico
O projecto Maputo–Ressano Garcia vai muito além da modernização de uma linha férrea. Representa um posicionamento geoestratégico de Moçambique na África Austral, reforçando o papel do país como nó logístico preferencial para o escoamento de mercadorias de e para o hinterland regional.
A duplicação da capacidade e a introdução de um sistema de sinalização moderno aumentam a previsibilidade e reduzem os custos de transporte, tornando o corredor mais competitivo face a alternativas como Durban ou Walvis Bay. A dimensão ambiental, com a redução anual estimada de 30 mil toneladas de CO₂, acrescenta valor reputacional num momento em que mercados e cadeias de abastecimento globais privilegiam soluções alinhadas com critérios ESG.
O envolvimento da França e da União Europeia também é um sinal de diversificação estratégica das parcerias de Moçambique, ampliando o leque de financiadores e parceiros técnicos para além das alianças tradicionais, e garantindo maior autonomia na execução de infraestruturas críticas.
Concluída em 2030, esta modernização terá potencial para redefinir o papel de Moçambique como plataforma logística regional, contribuindo para o crescimento económico sustentável e para a integração física e comercial da região.
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