
CFM precisa de mobilizar cerca de 10 milhões de dólares para repor infra-estruturas danificadas
O Governo moçambicano enfrenta a necessidade de investir cerca de 10 milhões de dólares para repor infra-estruturas ferroviárias danificadas durante as manifestações violentas desencadeadas em protesto contra os resultados eleitorais de 9 de Outubro de 2024. A informação foi partilhada pelo Presidente do Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Agostinho Langa, durante a visita do Presidente da República, Filipe Nyusi, ao distrito de Moamba para avaliar o impacto dos danos.
Extensão dos danos e prioridades de reposição
Entre as infra-estruturas afectadas estão mais de 200 metros de linha férrea vandalizada, equipamentos electrónicos e várias estações ferroviárias, incluindo as de Tenga e Matola Gare. Segundo Langa, os danos incluem:
- Estação de Tenga: Incendiada e vandalizada, com destruição do sistema de comunicação.
- Estação de Matola Gare: Alvo de vandalismo, com danos à envolvência.
Linha de Sena: A estação de Catema foi incendiada, e a ponte sobre o rio Missito foi severamente danificada.

Apesar da gravidade dos danos, Langa sublinhou que a reposição das linhas férreas poderia ser concluída em apenas dois dias de trabalho contínuo, desde que haja tranquilidade. Por outro lado, a reposição das estações ferroviárias será mais demorada, devido à necessidade de importar equipamentos especializados, como sistemas de báscula, da África do Sul.
Impacto nas operações ferroviárias
Embora as vandalizações tenham causado interrupções pontuais, o transporte de comboios não está completamente suspenso. No entanto, a circulação enfrenta desafios de segurança, especialmente para vagões com cargas pesadas. Langa explicou ainda que o transporte ferroviário de passageiros está a ser mantido como parte da responsabilidade social dos CFM, operando com custos bastante reduzidos para os utentes.
Apelo à protecção dos bens públicos
Durante a visita às infra-estruturas afectadas, o Presidente Filipe Nyusi apelou à população para proteger os bens públicos e privados, enfatizando que estes são cruciais para o bem-estar de todos. Ao passar pela estação de Tenga, Nyusi observou o nível de destruição e sublinhou a importância de se ultrapassar questões políticas na preservação de infra-estruturas que servem toda a população, independentemente de convicções políticas, religiosas ou étnicas.

Esforços para a reconstrução
Embora a reposição das linhas férreas seja prioritária, a reposição completa das infra-estruturas ferroviárias dependerá do levantamento final dos danos, da obtenção de equipamentos necessários e do restabelecimento da confiança entre as comunidades afectadas. Segundo Nyusi, é essencial que a população compreenda a importância de preservar o que lhes serve, reconhecendo o valor estratégico das infra-estruturas ferroviárias no desenvolvimento do País.
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