
CHAPO DESTACA INDUSTRIALIZAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO COMO PILARES DA PARCERIA ENTRE MOÇAMBIQUE E EXXONMOBIL
Presidente da República defende criação de um centro tecnológico e aposta na transformação do gás em vector de industrialização e independência económica
- Daniel Francisco Chapo considera “sinal muito forte” a assinatura de dois memorandos de entendimento com a ExxonMobil, durante a sua visita ao campus da empresa em Houston;
- Os acordos abrangem a criação do Centro Tecnológico de Moçambique e o desenvolvimento de projectos de transformação e distribuição de gás doméstico;
- O objectivo é fortalecer a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), promover a formação técnica de jovens moçambicanos e acelerar a industrialização do país;
- O Presidente sublinha que a estratégia visa transformar Moçambique num hub regional de energia e diversificar a economia, investindo as receitas do gás em sectores produtivos;
- O desafio: converter o potencial energético em crescimento inclusivo, emprego e transferência real de conhecimento.
Parceria Estratégica Centrada na Formação e no Conhecimento
Durante a visita à ExxonMobil, em Houston (EUA), o Presidente da República, Daniel Chapo, destacou a importância da cooperação com a multinacional norte-americana para o futuro da economia moçambicana, sublinhando que a parceria deve servir como plataforma de capacitação, transferência tecnológica e desenvolvimento de capital humano.
A assinatura de dois memorandos de entendimento entre Moçambique e a ExxonMobil foi qualificada como um “sinal muito forte” de confiança mútua, e um passo decisivo para consolidar a dimensão tecnológica e formativa da indústria de petróleo e gás.
O primeiro memorando prevê a criação do Centro Tecnológico de Moçambique, uma instituição vocacionada para formação técnica avançada, que contará com docentes e engenheiros moçambicanos formados no exterior, já integrados em operações nacionais e internacionais.
“O objectivo é preparar jovens moçambicanos para liderar, no futuro, a exploração e gestão dos nossos recursos energéticos”, afirmou o Chefe de Estado.
Transformar o Gás em Vector de Industrialização e Crescimento
O segundo memorando centra-se no desenvolvimento de projectos de transformação e distribuição de gás doméstico, com o propósito de criar valor interno a partir dos recursos naturais.
Segundo o Presidente, este eixo representa uma “mais-valia para o fortalecimento da ENH”, que passará a liderar o processo de desenvolvimento de soluções energéticas internas, essenciais à industrialização e à redução da dependência externa.
“O gás é uma matéria-prima estratégica para fabricar muitos produtos e garantir energia em quantidade e qualidade. Com o gás doméstico poderemos produzir fertilizantes, construir centrais eléctricas e abastecer a indústria nacional — elementos fundamentais para concretizarmos a nossa visão de independência económica”, afirmou Chapo.
A Visão de Um País Energético e Integrado Regionalmente
O Chefe de Estado defendeu uma visão de longo prazo: transformar Moçambique num hub regional de fornecimento de energia eléctrica.
A estratégia baseia-se na localização geográfica privilegiada do país e na capacidade crescente de exportação de energia para os mercados vizinhos.
De acordo com Chapo, esta orientação permitirá aumentar as receitas em moeda estrangeira, melhorar a balança de pagamentos e robustecer as finanças públicas.
“O nosso objectivo é que os grandes projectos energéticos gerem impacto directo na economia real, criando emprego e oportunidades de negócio para as pequenas e médias empresas moçambicanas”, destacou.
Desafios: Converter Potencial em Valor Económico e Social
Apesar das perspectivas positivas, o Presidente alertou para o desafio estrutural de converter o potencial energético em valor económico tangível.
Segundo explicou, é fundamental assegurar a integração de empresas locais nas cadeias de fornecimento e garantir que a transferência de tecnologia e conhecimento seja efectiva.
“Estamos a falar de cerca de 40 mil a 50 mil trabalhadores na fase de construção destes projectos. Isso significa mais impostos, mais rendimento e maior dinamismo económico. Mas queremos que esse efeito seja duradouro e sustentável”, referiu Chapo.
A abordagem do Governo aposta, assim, em mecanismos de supervisão e planeamento integrados, com enfoque no conteúdo local, diversificação produtiva e sustentabilidade fiscal.
Diversificar Para Sustentar o Crescimento
Chapo frisou que a visão do Governo “não se limita ao gás”.
O Presidente reiterou que as receitas provenientes dos recursos naturais devem ser investidas em sectores como agricultura, turismo, transportes e infra-estruturas, de forma a promover um crescimento mais equilibrado e inclusivo.
“Precisamos de sair da lógica de falar apenas de problemas e passar a discutir soluções. A agricultura, o turismo, a indústria e a logística são sectores fundamentais para gerar emprego e rendimento para a juventude moçambicana”, afirmou.
Desenvolvimento com Impacto Real na Vida dos Cidadãos
Encerrando a sua intervenção, Daniel Chapo enfatizou que o propósito último da política económica do Governo é melhorar as condições de vida dos moçambicanos.
“Queremos que cada projecto, cada investimento e cada infra-estrutura se traduzam em mais escolas, mais hospitais, melhores estradas, mais emprego e mais oportunidades para as famílias moçambicanas. Este é o verdadeiro sentido do nosso desenvolvimento”, concluiu.
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