
Cimeira do G20: Ramaphosa defende multilateralismo e financiamento para países em desenvolvimento
A presidência sul-africana do G20 abriu a cimeira ministerial na Cidade do Cabo, com o Presidente Cyril Ramaphosa a defender a cooperação multilateral como solução para os desafios globais. O líder sul-africano alertou para a crescente erosão do multilateralismo, sublinhando que tal representa uma ameaça ao crescimento económico e à estabilidade internacional.
Ramaphosa destacou a necessidade de uma ordem internacional baseada em regras justas, transparentes e inclusivas, promovendo um ambiente económico mais equitativo e sustentável. “O G20 foi fundado com base no princípio da cooperação. Num contexto de incerteza global e de tensões económicas, é essencial que os membros do G20 trabalhem em conjunto”, afirmou, durante a abertura da reunião dos Ministros das Finanças e Governadores dos Bancos Centrais do G20.

A cimeira ocorre num momento crítico para a economia global, marcado pelo aumento da dívida dos países em desenvolvimento, medidas protecionistas e desafios climáticos. A África do Sul, que assume pela primeira vez a presidência do G20, definiu como prioridades a reforma da arquitetura financeira global, o financiamento climático e o alívio da dívida para países emergentes.
Ausência dos EUA e tensões geopolíticas
O encontro é marcado por ausências estratégicas, como a do Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessant, e do Secretário de Estado, Marco Rubio. O Governo norte-americano tem adoptado uma posição cautelosa em relação às propostas da África do Sul, e a ausência de altos funcionários norte-americanos reflete as tensões entre Washington e Pretória.
Além disso, a implementação de medidas protecionistas pelos EUA gerou preocupação entre os participantes, que alertam para os riscos dessas políticas no comércio global. Analistas indicam que a ausência dos EUA pode limitar o avanço das negociações sobre reformas do sistema financeiro global e alívio da dívida.
Prioridades estratégicas da presidência sul-africana do G20
Sob o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”, a presidência sul-africana definiu três áreas prioritárias para o G20 em 2025:
- Financiamento climático e transição energética – Mobilizar recursos para mitigar os impactos das alterações climáticas e garantir que os países africanos beneficiem dos minerais críticos utilizados na produção de energias renováveis.
- Alívio da dívida para países em desenvolvimento – Implementar novos mecanismos de financiamento para ajudar as economias emergentes a reduzir o peso da dívida pública e garantir investimentos sustentáveis.
- Reforma da arquitetura financeira global – Reavaliar o papel das instituições multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial, de modo a garantir que os países de baixo rendimento tenham maior acesso a crédito em condições mais favoráveis.
Perspectivas para os próximos meses
A presidência sul-africana do G20 representa uma oportunidade inédita para que África tenha um papel mais influente no cenário económico mundial. Nos próximos meses, a África do Sul deverá intensificar as negociações sobre financiamento sustentável, investimentos em infraestruturas e maior inclusão dos países em desenvolvimento na governação económica global.
A cimeira de Ministros das Finanças e Governadores dos Bancos Centrais é apenas o primeiro passo para os debates que culminarão na Cimeira de Chefes de Estado do G20, prevista para o segundo semestre de 2025. Até lá, os desafios geopolíticos e económicos continuarão a testar a capacidade de cooperação multilateral entre as principais economias do mundo.
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