Confiança Empresarial em Alta e Cadeias de Abastecimento Estabilizam, Mas Custo dos Meios de Produção Volta a Pressionar

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  • Relatório PMI destaca robustez das compras, melhoria nas entregas e moderação dos preços, com destaque para agricultura e serviços;
  • Expectativas empresariais atingem o nível mais alto desde Maio de 2024
  • Aumento robusto das compras e inventários: crescimento mais rápido em quase 3 anos;
  • Cadeias de abastecimento recuperam após protestos, mas ritmo ainda é modesto
  • Preços de aquisição sobem pelo terceiro mês consecutivo
  • Pressões salariais e promocionais contrabalançam impacto nos preços finais

A confiança dos empresários moçambicanos atingiu em Abril o ponto mais alto dos últimos 11 meses, impulsionada pela recuperação das cadeias de abastecimento e pelo aumento das aquisições. Contudo, os custos com os meios de produção e os salários voltaram a crescer, ainda que a inflação se mantenha moderada.

Abril trouxe sinais de dinamismo acrescido no tecido empresarial moçambicano. Segundo o inquérito PMI, 42% das empresas esperam um aumento da produção nos próximos 12 meses — o nível mais alto desde Maio de 2024. Este sentimento optimista é sustentado pelo crescimento nas vendas, pelo desenvolvimento de novos produtos e pela recuperação das cadeias de fornecimento após os constrangimentos de finais de 2024.

O relatório mostra que as aquisições de insumos e os níveis de stock cresceram ao ritmo mais acelerado desde Junho de 2022. Sectores como a agricultura e os serviços lideraram este movimento, enquanto a construção e o comércio registaram quedas marginais.

Do lado logístico, a melhoria nos prazos de entrega dos fornecedores foi notada pelo segundo mês consecutivo, refletindo uma normalização gradual após os protestos pós-eleitorais. Ainda assim, os prazos mantêm-se mais longos do que a média de longo prazo, o que indica fragilidades persistentes.

Em termos de custos, os preços de aquisição voltaram a subir, ainda que de forma moderada. A inflação nos custos dos meios de produção foi generalizada, sobretudo na construção, agricultura e serviços. O sector secundário e o comércio a retalho destacaram-se como excepções, reportando redução de custos.

Os salários registaram uma ligeira subida, após uma redução em Março. Apesar deste aumento, os preços finais cobrados pelas empresas mantiveram-se estáveis. Isto deveu-se à compensação entre a transferência de custos e as promoções activas para estimular a procura.

Este contexto de maior confiança, combinado com disciplina nos preços, revela um sector privado resiliente e ajustado às condições de mercado, mas ainda dependente de factores externos — como o financiamento internacional e a estabilidade cambial — para consolidar a retoma.

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