COP29 Enfrenta decisões cruciais sobre financiamento climático e redução de emissões

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As negociações climáticas na COP29 entraram na fase mais desafiadora, com os países debatendo sobre a dimensão e a estrutura do financiamento climático para nações em desenvolvimento. A cimeira, que se aproxima do prazo final na sexta-feira, enfrenta divergências significativas, especialmente entre os países ricos e o grupo de 130 países em desenvolvimento liderado pelo G77 e a China.

Financiamento Climático: Um impasse prolongado

Um dos principais pontos de discussão é o novo objectivo de financiamento climático, que substituirá o compromisso de US$ 100 mil milhões anuais assumido em 2020. Adonia Ayebare, representante do Uganda e Presidente do G77, afirmou que o grupo exige US$ 1,3 biliões anuais em financiamento público. No entanto, propostas informais da União Europeia de US$ 200 a 300 mil milhões foram consideradas insuficientes e “embaraçosas” pelo grupo.

Enquanto isso, a União Europeia e outros países ricos relutam em avançar com números concretos antes de definirem a estrutura e os mecanismos para gerir os fundos. “Caso contrário, teremos um cesto de compras com um preço, mas sem sabermos exatamente o que está lá dentro”, declarou Wopke Hoekstra, Comissário europeu para o clima.

Outro ponto de discordância é a contribuição de grandes economias em desenvolvimento, como a China. Embora se reconheça que esses países não seriam legalmente obrigados a contribuir, o debate permanece aberto.

Acelerar a Transição Energética

Além do financiamento, a cimeira enfrenta dificuldades para chegar a um consenso sobre a aceleração da transição energética e a redução de emissões de combustíveis fósseis. Apesar de um acordo histórico alcançado no Dubai em 2023, a linguagem das negociações em Baku tem sido diluída por países como a Arábia Saudita, que se opõem a medidas mais incisivas.

A Ministra do Clima da Áustria, Leonore Gewessler, criticou os esforços sauditas por enfraquecerem os compromissos de mitigação. Já o Secretário-Geral da OPEP, Haitham Al Ghais, e o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, destacaram o papel contínuo do petróleo e do gás como essenciais para a economia global.

O risco de ultrapassar os 1,5°C

Cientistas alertaram que, se as tendências actuais não forem revertidas, o limite de 1,5°C de aumento da temperatura global poderá ser ultrapassado no início da década de 2030. “Estamos numa trajectória perigosa que exige acções imediatas e ambiciosas”, afirmou o climatologista francês Robert Vautard.

Próximos Passos

Com o prazo de sexta-feira, 22/11, a aproximar-se, os negociadores trabalham para transformar um documento preliminar de 25 páginas em um acordo conciso e implementável. Yalchin Rafiyev, negociador-chefe do Azerbaijão, afirmou que a presidência da COP29 apresentará um texto revisto para facilitar o consenso.

O resultado destas negociações será crucial para determinar não apenas o compromisso financeiro dos países ricos, mas também a viabilidade de limitar os impactos mais severos das mudanças climáticas. Com as tensões a aumentarem, o mundo aguarda para ver se os líderes globais estarão à altura do desafio.

As negociações sobre o financiamento do clima enfrentam a fase “mais difícil” à medida que a COP29 se aproxima do fim.

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