Crise Pós-Eleitoral: África do Sul disponível a ajudar, emissário de Ramaphosa esteve em Maputo

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O Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, reiterou a sua disponibilidade para apoiar Moçambique na busca de soluções para a crise pós-eleitoral que afecta o País desde as eleições gerais de 9 de Outubro de 2024. Este compromisso foi reafirmado durante um encontro entre o enviado especial sul-africano, Sydney Mufamadi, e o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, realizado em Maputo.

As eleições, que consagraram a vitória do partido Frelimo e do seu candidato presidencial, Daniel Chapo, foram marcadas por contestação por parte de Venâncio Mondlane, candidato derrotado do partido Podemos. A crise intensificou-se com manifestações violentas, convocadas por Mondlane através das redes sociais, para contestar os resultados oficiais validados pelo Conselho Constitucional.

Impacto regional e prejuízos económicos

Os protestos têm tido repercussões graves para Moçambique e os países vizinhos, incluindo a África do Sul, Zimbabwe, Malawi e Zâmbia. A interrupção do tráfego rodoviário, destruição de infra-estruturas e o encerramento de fronteiras, como a de Ressano Garcia, resultam em prejuízos diários superiores a 10 milhões de randes para os empresários sul-africanos.

Durante o encontro, Sydney Mufamadi sublinhou a interligação económica entre os dois países, destacando que “as economias de Moçambique e da África do Sul estão profundamente entrelaçadas” e que o impacto da crise é sentido de forma concreta pelo povo sul-africano.

Compromisso pela paz e sustentabilidade

O enviado especial realçou que as discussões com o Presidente Nyusi foram exaustivas e detalhadas, com o intuito de compreender a natureza dos desafios e identificar os passos necessários para uma solução pacífica e sustentável. “O nosso Presidente, Cyril Ramaphosa, entende que não temos outra opção senão partilhar este fardo com Moçambique”, afirmou Mufamadi.

O encontro reforçou a necessidade de colaboração entre os dois países para mitigar os efeitos da crise e criar condições que favoreçam a estabilidade na região. Segundo Mufamadi, as propostas discutidas serão comunicadas a Ramaphosa, que trabalhará em conjunto com os líderes moçambicanos para definir os próximos passos.

A crise pós-eleitoral em Moçambique continua a desafiar as autoridades nacionais e regionais, exigindo soluções urgentes e eficazes. A intervenção da África do Sul surge como um sinal de solidariedade e comprometimento com a paz e o progresso regional, enquanto Moçambique enfrenta o desafio de restaurar a estabilidade política e económica.

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