Decidir Parar, Hoje, Com a Produção de Gás Natural é Condenar Moçambique
- “Se nós decidimos hoje parar com a produção de gás natural em Moçambique, nós estamos a condenar Moçambique, a não industrialização e não crescimento económico e isso não é o que o sector privado moçambicano tenciona fazer ou vai aceitar fazer”, afirma Florival Mucave
- A produção de gás natural garante a industrialização e o crescimento económico de Moçambique, defende o Presidente da Câmara de Energia de Moçambique, Florival Macave,
A corrida para a industrialização a partir das energias limpas é irreversível em todo o mundo.
A energia produzida a partir de painéis solares é uma das soluções para a transição energética. Como parte interessada na matéria, o sector privado, através do Presidente da CEM, Florival Macave, apresentou a sua visão.
“Nós já temos alguns projectos de certa dimensão. Temos, por exemplo, o projecto de Mocuba, que é um projecto importante para Moçambique. É um projecto de energia solar. Há um novo projecto agora que vai acontecer em Namaacha. Portanto, o sector privado moçambicano já está também envolvido nesta questão, neste desafio da energia solar e da contribuição da energia solar para o Energy Mix de Moçambique, de maneira a reduzir a dependência pelos combustíveis fósseis”.
Também com foco nas energias limpas, Moçambique e a União Europeia organizam, em finais deste mês, um fórum de investimentos Global Gateway e o sector fala da sua expectativa.
Disse no Fórum com a União Europeia espera abordar o tema do “gás natural como uma energia de transição”.
“Nós sabemos que alguns países da União Europeia estão a trabalhar na energia nuclear como uma energia de transição, interessa-lhes porque eles são produtores de energia nuclear e com os desafios que isso implica, agora nós queremos e gostaríamos de ter um debate, uma conversa com o bloco para que que considere a questão do gás natural como energia de transição”. Afirmou Mucave.
O sector privado argumenta que o gás natural, por ser uma das fontes de energia mais limpas, deveria ser mais utilizada e considerada como uma fonte de transição, isto é, tal como disse Florival Mucave, “nós podemos contribuir, primeiro, para a redução das emissões de carbono através do gás natural de maneira mundial, mas também, segundo, podemos contribuir para o desenvolvimento de Moçambique e dos países da região, exportando o nosso gás natural”.
Os efeitos negativos no ambiente, provocados pelos países mais industrializados do mundo, mereceram uma atenção do sector privado. Florival Macave alinha na defesa da abordagem de “transição justa”, que olha para a contribuição de cada país com a poluição.
“Não podemos ter uma mesma medida aplicável a todos os países que poluem a níveis, por exemplo, de 97 por cento e países que poluem a nível de 3 por cento”. Defendeu
“A revolução industrial que houve na Europa foi a mesma nos Estados Unidos e foi essa revolução que contribuiu para que esses países fossem os países desenvolvidos que são hoje. Para Moçambique tornar se um país desenvolvido no futuro, nós temos que ter um certo nível de industrialização e essa industrialização, na perspectiva de Moçambique, depende também da utilização do gás natural para a industrialização”. Argumentou o Presidente da CEM.
Florival Macave diz que o avanço é irreversível, e que proceder de modo contrario é comprometer a economia e o futuro.
“Portanto, se nós decidimos hoje parar com a produção de gás natural em Moçambique, nós estamos a condenar Moçambique, a não industrialização e não crescimento económico e isso não é o que o sector privado moçambicano tenciona fazer ou vai aceitar fazer”.
Uma palavra se tem a dizer ao mundo.
“Então nós queremos fazer parte desta conversa global que existe sobre as mudanças climáticas. Nós queremos dizer ao mundo que nós temos o gás natural, sim, queremos dizer ao mundo que queremos industrializar e desenvolver e não queremos mais ser pobres, porque a nossa questão: pobreza não desenvolvimento, sim. Portanto, se nós podemos desenvolver tomando em consideração as questões climáticas e a mitigação das questões climáticas, esse é o nosso objectivo”. Alerta Macave
