
Desenvolvimento está em crise
Afirma David Malpass Presidente do Banco Mundial
- Mesmo que as economias avançadas estabilizem, as condições para os países em desenvolvimento correm o risco de ir de mal a pior.
- A produção global de energia pode levar anos a diversificar-se longe da Rússia,
As declarações do lider do Banco Mundial foram feitas, no Instituto de Investigação em Política Económica (SIEPR) de Stanford, no dia 28 de Setembro, nas vesperas dos Encontros Anuais do Grupo FMI-Banco Mundial, que decorrem entre 10 e 16 de Outubro de 2022, o presidente do Grupo do Banco Mundial, David Malpass, fez declarações
O lider do Banco Mundial, afirmou na ocasião que a economia global se confronta com uma dura realidade, particularmente o mundo em desenvolvimento. Malpass referiu-se a que se está a testemunhar uma série de acontecimentos duros e políticas macroeconómicas sem precedentes que, de forma combinada, devido à natureza interligada da economia global e das civilizações de todo o mundo, estao a colocar o desenvolvimento em crise.
O financiamento actaul d Banco Mundial aos países em desenvolvimento expandiu-se dramaticamente nos últimos anos, especialmente para o financiamento relacionado com o clima, que atingiu 31,7 mil milhões de dólares no ano fiscal de 2022.
Descrevendo a conjuntura crítica actual, David Malpass, disse que “o mundo em desenvolvimento enfrenta uma perspectiva a curto prazo extremamente desafiadora, moldada por preços de alimentos, fertilizantes, e energia nitidamente mais elevados, taxas de juro e spreads de crédito crescentes, depreciação cambial, e saídas de capital”.
David Malpass refriu ainda que ao abrigo das políticas actuais, a produção global de energia pode levar anos a diversificar-se longe da Rússia, prolongando o risco de estagflação discutido no relatório Global Economic Prospects do Banco Mundial, de Junho de 2022.
“Estas ondas de choque atingiram o desenvolvimento numa altura em que muitos países em desenvolvimento estão também a lutar noutras áreas: governação e Estado de direito; sustentabilidade da dívida; adaptação e mitigação do clima; e orçamentos fiscais limitados para contrariar as graves inversões no desenvolvimento da pandemia da COVID-19, incluindo na saúde e educação”. Disse.
Face a estas “crises sobrepostas”, David Mapass afirmou que “um perigo premente para o mundo em desenvolvimento é que o forte abrandamento do crescimento global se aprofunde numa recessão global, tal como o Banco Mundial discutiu num relatório de Setembro”
Confrontar políticas fiscais e monetárias sem precedentes
O Presidente do Grupo Banco Mundial destacou, na sua alocucao, ao desafio macroeconómico actual caractrizado pela necessidade de compromisso entre as políticas fiscais e monetárias nas economias avançadas e o desafio que tal representa para a estabilidade e o investimento nos países em desenvolvimento.
No centro da crise macroeconómica que o desenvolvimento enfrenta , disse Malpass, está a mudança radical das políticas fiscais, monetárias e de regulação financeira das economias avançadas desde a crise financeira de 2008. “As políticas monetárias ao longo da última década têm orientado o capital para segmentos bem capitalizados da economia global – para governos, empresas emissoras de obrigações, e indivíduos ricos – à custa de um crescimento e desenvolvimento de base ampla”, disse, para de seguida alertar que a formação bruta de capital fixo nos países em desenvolvimento tem estado estagnada mesmo com o aumento dos preços dos activos nas economias avançadas.”
Para David Malpass a perspectiva de uma continuação destas políticas cria o risco de décadas de subinvestimento no desenvolvimento e detaca quatro ponto: primeiro, a extensão da mudança na política macroeconómica; segundo, a grande dimensão das políticas; terceiro, o impacto na afectação global de capital; e quarto, o risco de estas políticas se tornarem permanentes, impedindo o desenvolvimento.
“Resistir a esta tempestade perfeita e desfazer as recentes inversões no desenvolvimento requer novas vias macro e microeconómicas tanto nos países avançados como nos países em desenvolvimento. A urgência é clara nas notícias diárias sobre a inflação, as alterações climáticas, a fome, os protestos civis e a violência. O Grupo do Banco Mundial está plenamente empenhado nestes desafios, realista nas nossas avaliações e ansioso por trabalhar em soluções, incluindo com todos os participantes de hoje”. Concluiu