Diferentes sectores económicos e empresarias, abordados a margem do evento, afirmaram estarem a sentir os primeiros impactos da entrada em actividade da Coral Sul FLNG. A Presidente da Autoridade Tributária, Amélia Muendane, diz que só este ano o País vai receber mais de 33 milhões de dólares em impostos cobrados pela venda do gás natural liquefeito pela ENI.

“O primeiro impacto vai ser nos impostos que vão entrar para o Estado, só com o arranque do projecto este ano estamos a prever o encaixe até Dezembro de cerca de 34.5 milhões de dólares, se efectivamente os 8 navios que estavam previstos para fazer o carregamento aconteçam. Até ao presente momento tivemos 1 carregamento, estamos a espera que haja mais 1 e 4 em Dezembro”. Disse Amélia Muendane

Estimativas apontam que no próximo ano o Estado deverá arrecadar cerca de 1.9 mil milhões de dólares, esperando-se que nos próximos 25 anos a arrecadação atinja cerca de 19.1 mil milhões de dólares.

O PCA dos CFM, Miguel Matabele, diz que a Coral Sul tem impacto ao nível da sua empresa ao gerar mais valias nas operações portuárias.

“Estamos a experimentar uma certa dinamização dos portos e é muito importante para arrecadação de receitas portuárias. Disse

“O uso de navios para nós significa consumo de combustível. Quer dizer que passaremos a receber, mesmo no nosso cais, mais navios de combustível. Por isso, que a coordenação que estamos a fazer com a Petromoc, que já está a trabalhar na extensão, onde vamos passar de uma capacidade de 7 mil litros para 18 mil. Isso vai significar uma mais valia para nós”. Explicou Miguel Matabele.

A LAM diz decorrente da demanda das operações da Coral Sul, está a trabalhar na constituição de parcerias com empresas logísticas internacionais para montar operações de carga aérea e também aumentar a frequência de voos para Pemba.

Já o empresário Simone Santi, vê a entrada em actividade da Coral Sul, como abrindo perspectivas para um processo de industrialização impulsionado pelo sector de Oil &Gas, através do estabelecimento de parcerias entre as empresas nacionais e as internacionais: “Muitos acham que uma plataforma flutuante não cria oportunidade local, isso não é verdade.”. Frisou.

Filipe Nyusi volta a alertar para necessidade de diversificação da economia.

– Não se deve pensar só no gás para sair da pobreza. Disse o Presidente da República;

Em Pemba, capital de Cabo Delgado, onde decorreu a segunda parte da cerimónia de inauguração da plataforma flutuante, o Chefe do Estado pediu aos moçambicanos para continuarem a desenvolver outros sectores de actividade como forma de diversificar a economia nacional.

Filipe Nyusi disse também que não se deve pensar em sair da pobreza só com a exploração do gás, não obstante reconhecer que o projecto vai dar um grande contributo ao desenvolvimento do país:

“Vai trazer um grande contributo ao desenvolvimento do país de forma directa por via de aumento de créditos fiscais decorrentes de imposto da produção ou da partilha de lucros, das tributações normais assim como de ganhos financeiros pela participação do Estado representado pela ENH. Não desinformem o povo pensando que agora que há riqueza vai diminuir o preço dos produtos, mas mais escolas, hospitais e estradas de qualidade devem ser feitas. Devemos continuar a diversificar a nossa economia, dando cada vez mais importância às nossas atividades tradicionais” Afirmou o Presidente da República.

Num outro desenvolvimento o Presidente da República, admitiu que os contratos celebrados para a execução dos projectos de gás natural, incluindo o da Coral Sul, podiam ser melhores, ainda assim são bons contrato e sevem de referência a nível internacional.

“Nunca tínhamos tido oportunidade de negociar um contrato desta magnitude, por isso poderá haver pessoas que avaliem a posterior. Nós como governo temos a responsabilidade de tomar decisões e não adiar o desenvolvimento, e temos espaço para corrigir nas próximas ocasiões”, afirmou Filipe Nyusi.

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