
Distúrbios, vandalizações, bloqueios e pilhagens marcam desfecho do processo eleitoral em Moçambique
O desfecho das eleições gerais de Outubro, recentemente validado pelo Conselho Constitucional (CC), foi marcado por distúrbios, bloqueios e actos de vandalismo em várias cidades de Moçambique. Protestos violentos eclodiram após a validação oficial dos resultados, que confirmaram Daniel Chapo como presidente eleito com 65,17% dos votos.
Vandalizações e pilhagens
Imagens de destruição e caos foram registadas em Maputo e noutras regiões do País, onde manifestantes incendiaram pneus, bloquearam vias principais e vandalizaram infra-estruturas públicas e privadas. Entre os alvos mais atingidos estavam edifícios governamentais, fabricas, estabelecimentos comerciais, bancos e instalações de serviços essenciais.
Na cidade de Xai-Xai, por exemplo, manifestantes invadiram e saquearam armazéns de bens alimentares, provocando perdas significativas. Em Nampula, actos de vandalismo deixaram estações de transportes públicos parcialmente destruídas, comprometendo o acesso da população a serviços básicos.
Impacto na mobilidade
Os bloqueios nas principais estradas nacionais dificultaram a circulação de mercadorias e pessoas. A fronteira de Ressano Garcia, que regista alto tráfego nesta época do ano devido ao período festivo, sofreu atrasos significativos, afectando o fluxo de viajantes e bens entre Moçambique e a África do Sul. Autoridades migratórias relataram filas de mais de 10 quilómetros, exacerbando a tensão entre motoristas e autoridades locais.
Resposta das autoridades
A polícia moçambicana respondeu com uso de força para dispersar os protestos, resultando em confrontos que deixaram dezenas de feridos e pelo menos 15 detidos em Maputo. Segundo o porta-voz da corporação, “as intervenções visaram restaurar a ordem pública e proteger património essencial”.
Entretanto, grupos de direitos humanos condenaram o uso excessivo de força por parte das autoridades, afirmando que “as medidas tomadas foram desproporcionais e contribuíram para a escalada da violência”.
Apelos por diálogo
Venâncio Mondlane, candidato do Podemos, rejeitou os resultados e apelou à população para continuar a manifestar-se de forma pacífica. “Estas eleições não reflectem a vontade do povo moçambicano. Continuaremos a lutar por uma democracia verdadeira”, afirmou Mondlane em conferência de imprensa.
Por outro lado, Daniel Chapo pediu calma e cooperação. “Apelo a todos os moçambicanos que mantenham a serenidade. O momento exige união e trabalho conjunto para superar os desafios que enfrentamos”, declarou o Presidente eleito.
Consequências políticas e sociais
Os actos de vandalismo e pilhagem, aliados à repressão policial, evidenciam as profundas divisões sociais e políticas que caracterizam o período pós-eleitoral em Moçambique. Observadores internacionais apelam ao diálogo entre as partes para evitar uma escalada da crise e para garantir que os direitos democráticos sejam respeitados.
Com o País a lidar com as consequências destes eventos, o Governo eleito enfrenta o desafio de restaurar a confiança da população e promover um ambiente de estabilidade e inclusão.
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