Dólar Cai Para Mínimo De Sete Semanas Com Mercado De Trabalho Acentuando Pressão Sobre O Fed

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Expectativas de revisão em baixa de até 800 mil empregos e incerteza política nos EUA reforçam apostas em cortes agressivos das taxas de juro.

Questões-Chave:
  • Índice do dólar recua para 97,323, o nível mais baixo desde 24 de Julho;
  • Revisões de dados podem apontar para perda de até 800 mil empregos nos EUA;
  • Donald Trump demitiu a comissária do Bureau of Labor Statistics, acusando-a de falsificação de dados;
  • Mercado atribui 11,6% de probabilidade a um corte de 50 pontos base pelo Fed, e dá como certa uma redução de pelo menos 25 pontos base;
  • Ouro sobe para novo recorde em US$ 3.656,92, enquanto euro e iene se fortalecem.

O dólar norte-americano recuou nesta terça-feira, 09 de Setembro, para o patamar mais baixo em quase sete semanas, à medida que o pessimismo em torno do mercado de trabalho reforça as expectativas de cortes mais profundos nas taxas de juro da Reserva Federal.

O índice do dólar caiu para 97,323 nas negociações asiáticas, atingindo o nível mais fraco desde 24 de Julho. O movimento antecede a divulgação de revisões preliminares dos dados de emprego, cobrindo o período de Abril de 2024 a Março de 2025, que poderão evidenciar um enfraquecimento maior do que o estimado inicialmente.

Economistas antecipam uma revisão em baixa de até 800 mil empregos, cenário que sugere atraso do Fed na sua missão de promover o máximo de emprego. “Os números do emprego estão a piorar a um ritmo acelerado”, afirmou Alex Hill, director-geral da Electus Financial em Auckland, acrescentando que isso se traduz num dólar mais fraco e numa pressão crescente sobre a política monetária.

A crise política em Washington agrava a situação. No mês passado, o presidente dos EUA, Donald Trump, demitiu a comissária do Bureau of Labor Statistics (BLS), Erika McEntarfer, acusando-a, sem provas, de falsificação de dados. Agora, a Casa Branca prepara um relatório apontando alegadas falhas do organismo, segundo o Wall Street Journal.

O mercado já precifica maior probabilidade de flexibilização monetária. Os futuros dos fundos federais implicam 11,6% de probabilidade de um corte jumbo de 50 pontos base na reunião de Setembro do Fed, contra 11% no dia anterior. Um corte de pelo menos 25 pontos base é visto como inevitável.

No mercado cambial, o euro subiu para US$ 1,1778, o nível mais alto desde 24 de Julho, ainda que limitado pela crise política em França, onde o parlamento derrubou o governo devido ao plano de contenção da dívida pública. O iene japonês fortaleceu-se 0,3%, para 147,125 por dólar, após a renúncia do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, aumentando especulações sobre a sucessão.

Já em mercados emergentes, a rupia indonésia caiu 0,8% após a substituição do ministro das Finanças, levando o Banco da Indonésia a intervir no mercado de títulos. O dólar australiano valorizou 0,2%, para US$ 0,6606, o kiwi subiu para US$ 0,5949, o yuan offshore negociou-se em 7,1193 por dólar, e a libra esterlina avançou 0,2%, para US$ 1,3576.

O enfraquecimento do dólar impulsionou o ouro, que atingiu novo recorde ao valorizar 0,5% para US$ 3.656,92 por onça, reforçando o estatuto de refúgio seguro em tempos de instabilidade económica e política.

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