
Dólar Enfraquece Face a Risco de “Shutdown” nos EUA e Cautela da Fed
- Imminente paralisação parcial do Governo norte-americano ameaça suspender a divulgação de dados económicos cruciais, incluindo o relatório de emprego;
- Incertidão poderá limitar a acção da Reserva Federal, já pressionada por sinais de abrandamento no mercado de trabalho;
- Investidores precificam cortes de taxas de juro nos EUA até final de 2026, o que coloca o dólar em posição vulnerável;
- Dólar australiano valoriza após decisão do RBA de manter taxas e adoptar tom cauteloso sobre a inflação;
- Iene japonês acompanha debate interno no Banco do Japão sobre potenciais novas subidas de taxas.
O dólar norte-americano iniciou a semana em terreno frágil, penalizado pela possibilidade de uma paralisação parcial do Governo dos Estados Unidos que poderá atrasar a divulgação de dados económicos fundamentais e dificultar a leitura da Reserva Federal (Fed) sobre a evolução da economia.
Com o prazo para o financiamento federal a expirar à meia-noite de terça-feira, republicanos e democratas continuam sem consenso em Washington, e um eventual shutdown paralisaria actividades governamentais, incluindo a publicação de indicadores como o relatório de emprego de setembro, tradicionalmente decisivo para as decisões de política monetária da Fed.
O Financial Times e a Reuters noticiaram que esta incerteza aumenta os riscos para a trajectória de juros. John Williams, presidente da Reserva Federal de Nova Iorque, admitiu que sinais recentes de enfraquecimento no mercado de trabalho já fundamentaram a sua posição favorável ao corte de taxas na última reunião do banco central.
Os investidores ajustaram as expectativas: estão actualmente a precificar uma redução acumulada de 42 pontos-base até Dezembro de 2025 e de 104 pontos-base até 2026, cerca de 25 pontos abaixo do que se antecipava em meados de Setembro. Analistas consideram que um shutdown breve terá impacto limitado, mas uma paralisação prolongada — acima de duas semanas — poderá afectar o crescimento económico e obrigar a Fed a uma postura ainda mais acomodatícia.
Nos mercados, o índice do dólar já recuou 9,7% no acumulado do ano, fixando-se em torno de 97,93 pontos. O euro manteve-se praticamente estável em 1,172 dólares, enquanto a libra negociava a 1,3436 dólares.
A pressão sobre o dólar contrasta com a valorização do dólar australiano, que subiu 0,49% para 0,66075 dólares após o Banco da Reserva da Austrália (RBA) ter decidido manter inalteradas as taxas de juro, mas ter adoptado uma linguagem mais cautelosa sobre a inflação. O banco central alertou que os preços poderão ter surpreendido em alta no terceiro trimestre, abrindo espaço para eventual corte de taxa em Novembro, ainda que dependente dos números da inflação a publicar-se em Outubro.
Já no Japão, o iene enfraqueceu para 148,72 por dólar, mesmo após o Banco do Japão ter revelado, nas actas da sua última reunião, que alguns membros defenderam novas subidas de taxas. O mercado atribui agora cerca de 60% de probabilidade a um aumento em Dezembro, depois de mais de seis meses desde a última subida.
No conjunto, os movimentos recentes traduzem a elevada sensibilidade dos mercados cambiais à incerteza política nos EUA e à divergência de estratégias monetárias entre as principais economias. Para o dólar, a conjugação de um potencial shutdown com sinais de arrefecimento económico e uma Fed mais cautelosa poderá prolongar a tendência de fragilidade, num contexto em que moedas como o dólar australiano e o iene japonês ganham espaço para desempenhos mais dinâmicos.
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