Dólar Mantém-se Estável Enquanto Investidores Aguardam Dados de Inflação e Decisão do FED

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A moeda norte-americana consolida ganhos semanais antes da divulgação do índice de preços ao consumidor, num contexto de expectativas sobre um possível corte de juros pelo banco central dos Estados Unidos.

Questões-Chave:
  • O índice do dólar (DXY) mantém-se em 98,99 pontos, acumulando ganho semanal de 0,5%;
  • O mercado aguarda o relatório de inflação dos EUA, com previsão de alta mensal de 0,4% no índice geral e 0,3% no núcleo;
  • As expectativas de um corte de juros pelo Federal Reserve sustentam a estabilidade cambial;
  • O euro permanece em 1,1614 USD, o iene desvaloriza para 152,85 USD, e a libra esterlina recua 0,1% para 1,3311 USD;
  • As sanções dos EUA à Rosneft e à Lukoil aumentam a aversão ao risco, reforçando a procura por activos em dólar.

O dólar manteve-se firme esta sexta-feira, 24 de Outubro, consolidando uma semana de ganhos moderados, enquanto os investidores aguardam a divulgação dos dados de inflação dos Estados Unidos e as decisões de política monetária do Federal Reserve.
A estabilidade da moeda norte-americana reflecte a confiança do mercado de que o banco central norte-americano anunciará um corte de juros gradual na próxima reunião, procurando equilibrar o controlo da inflação e o crescimento económico.

Inflação dos EUA Define o Tom do Mercado Cambial

Os analistas esperam que o relatório do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) revele uma alta mensal de 0,4% no indicador geral e 0,3% no núcleo, números que deverão confirmar o abrandamento gradual da inflação e dar margem ao FED para flexibilizar a política monetária.
O dólar, que registou oscilações discretas ao longo da semana, beneficiou da procura por activos de refúgio, num contexto de volatilidade geopolítica e energética.

O índice do dólar (DXY) — que mede o desempenho da divisa face a um cabaz de seis moedas principais — mantém-se nos 98,99 pontos, depois de tocar máximos recentes.
A expectativa de cortes de juros na reunião da próxima semana contribui para manter a liquidez cambial e limitar movimentos especulativos.

Comportamento das Principais Moedas

O euro manteve-se estável em 1,1614 USD, sustentado por indicadores de inflação na Zona Euro ligeiramente abaixo das previsões, enquanto a libra esterlina recuou 0,1% para 1,3311 USD, penalizada por incertezas fiscais no Reino Unido.
O iene japonês voltou a enfraquecer, atingindo 152,85 por dólar, o que aumentou a pressão sobre o Banco do Japão (BoJ) para subir as taxas de juro e conter a desvalorização.
Analistas da ING Economics afirmam que o iene “entra em território de vulnerabilidade histórica” e que uma intervenção cambial directa poderá tornar-se inevitável.

Nos mercados emergentes, as moedas ligadas a matérias-primas mostraram volatilidade acrescida, reflexo das novas sanções norte-americanas contra empresas russas e do impacto nos preços do petróleo e do gás natural.

Expectativas em Relação ao FED e ao Dólar

O foco do mercado permanece na reunião do Federal Reserve da próxima semana.
A maioria dos analistas antecipa um corte de 25 pontos base nas taxas de juro, seguido de uma pausa técnica até ao final do ano, à medida que o banco central procura calibrar o ciclo monetário num cenário de abrandamento económico moderado.

A inflação resiliente e a retoma parcial do mercado de trabalho nos EUA sustentam a visão de que a autoridade monetária adoptará uma abordagem prudente e gradualista.
Segundo o Wall Street Journal, o FED procura evitar sinais de descontrolo inflacionário, mas reconhece a necessidade de suavizar as condições financeiras para apoiar o investimento e o consumo.

Perspectivas de Curto Prazo

Os analistas mantêm a previsão de que o dólar continuará a oscilar entre 98 e 100 pontos no índice DXY, com tendência de estabilização após a decisão do FED.
A médio prazo, o comportamento da moeda dependerá da trajetória dos juros, dos preços do petróleo e do risco geopolítico, factores que continuam a influenciar o apetite dos investidores por activos em dólar.

Com a economia global em fase de desaceleração controlada, o dólar mantém-se como referência de estabilidade e reserva de valor, embora enfrente crescentes desafios num ambiente de recomposição cambial e transição monetária.

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