
ENG Projects tem na indústria extrativa o trampolim que faltava para o salto decisivo
Em pouco mais de 10 anos, entre 2007 e 2017, a indústria manufactureira registou um decréscimo de 5,4% na sua contribuição para o PIB, tendo caído de 14.4% para 9%. No entanto, alguns sectores produtivos como é o caso do ramo metalomecânico anteveem uma inversão progressiva da tendência dos últimos anos como resultado da esperada demanda da emergente indústria extractiva, particularmente dos projectos de gás do Rovuma.
Apesar do seu fraco desenvolvimento a indústria manufactureira continua a ser apontada como a esperança e factor determinante para a transformação estrutural da economia e a elevação da competitividade do país na economia mundial.
O advento da indústria do petróleo e gás representa, para os agentes deste ramo, novas oportunidades para o desenvolvimento das suas unidades produtivas, na medida em que as indústrias metalomecânicas têm estado a ser acossadas a fornecer serviços de engenharia com elevados padrões de qualidade e segurança exigidos pela indústria extractiva.
A EngProjects, uma empresa 100% moçambicana, localizada no Parque industrial de Beluluane, especializada em serviços de mecânica e de tubulação, tem estado a posicionar-se para atender as demandas da indústria de petróleo e gás, mineração; estando já a atender satisfatoriamente as demandas dos sectores ferro-portuários e fundição de alumínio.

Rendes Macário – Director da EngProjects
“Temos estado a prestar serviços de manutenção de alguns componentes à Mozal, que implica levar um componente danificado e recondicionar para ser devolvido ao cliente num bom estado”, referiu Rendes Macário, Director da EngProjects.
Tal como muitas empresas moçambicanas que almejam oferecer os seus bens e serviços a indústria extractiva, a Eng Projects também confronta-se com a questão da certificação.
“A certificação é um activo. Nós já terminamos o estabelecimento do sistema de gestão de qualidade e segurança no trabalho, mas temos um historial para ser auditado para a certificação”, realçou Macário.
Por mês, cerca de 12 toneladas de aço são transformados naquele estaleiro dando origem a diferentes produtos, desde filtros de areia para tratamento de água, tubulação até tubos hidráulicos de aço inoxidável.
Parte da matéria prima usada para o fabrico destes produtos vem do mercado nacional e outra é proveniente da África do Sul, onde são importados mensalmente cerca de 9 toneladas de aço estimados em cerca de 12 milhões de meticais.
No entanto, o gestor da Eng Projects aponta os altos custos de produção que caracterizam também este sector produtivo como sendo uma ameaça contínua.
“Os custos fixos que mais sufocam as empresas é a mão de obra, mas também a energia e água”, sustentou.
A outra adversidade tem a ver com a qualidade de energia, pois era expectável que a integração no Parque Industrial de Beluluane tivesse como um dos principais benefícios o acesso a energia eléctrica de qualidade, o que não tem estado a se verificar. “É um dos aspectos que reclamamos com a administração do parque”, realçou Macário.
Os gestores do parque, por seu turno, dizem que este é um problema com soluções à vista. “Temos estado a trabalhar arduamente com a Electricidade de Moçambique para garantir que haja continuamente energia de qualidade e em quantidade, e tomamos algumas acções nos anos passados que já estamos a implementar”, explicou Onório Manuel, Director-adjunto do Parque Industrial de Beluluane.
Com cerca de 32 trabalhadores, a Eng Projects possui uma equipa com experiência na montagem de estruturas de aço e já executou vários projectos, desde os mais simples como os casos dos filtros de areia para tratamento de água produzidos para Collins Sistemas de Água que tem beneficiado as comunidades no distrito de Gorongosa.
O outro serviço consiste no revestimento borracha nas condutas usadas para transportar areia pesada pela Kenmare Moma Mining.
Refira-se que a Eng Project foi estabelecida em 2018 e tem um volume de negócio médio anual de cerca de USD 500 mil. Para o presente ano a empresa perspectiva processar cerca de 500 toneladas de aço.
Veja o vídeo a seguir:


















