
Escassez de arroz agrava crise alimentar em Moçambique: 30 mil toneladas retidas no Porto de Maputo
Cerca de 30 mil toneladas de arroz permanecem retidas no Porto de Maputo, num momento em que a escassez do cereal essencial ameaça agravar a crise alimentar em Moçambique. O bloqueio deve-se ao receio dos importadores de que os produtos sejam saqueados por manifestantes, caso sejam disponibilizados nos estabelecimentos comerciais, após os episódios de violência registados no período pós-eleitoral.
A retenção do arroz, um alimento fundamental na dieta dos moçambicanos, está a causar uma subida acentuada nos preços. Segundo Tomás Timba, porta-voz da Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE), o saco de 25 quilos de arroz, que antes custava entre 1.400 e 1.500 meticais, agora é vendido por até 3.000 meticais em algumas regiões do país.
O impacto no mercado e na sociedade
A retenção do arroz tem provocado um aumento significativo no custo de vida, atingindo de forma desproporcional as famílias de baixa renda. Apesar de uma previsão de redução nos preços, a circulação dos produtos essenciais continua refém da estabilização política e social.
“Os comerciantes estão a enfrentar perdas consideráveis e preferem não disponibilizar as mercadorias até que sintam segurança para retomar a distribuição normal. Esta situação compromete o abastecimento e penaliza o consumidor final”, afirmou Timba.
Outras mercadorias também enfrentam atrasos na distribuição, com relatos de comerciantes a cancelar encomendas devido à vandalização de armazéns durante os distúrbios.
Repercussões económicas e recuperação lenta
A situação ameaça não apenas a segurança alimentar, mas também a confiança dos investidores no ambiente económico do país. A INAE destacou que a recuperação do mercado será um processo demorado, com impacto directo na dinâmica comercial e na vida das populações.
“Os investidores precisam sentir conforto e segurança para retomar as suas actividades. Estamos solidários com os comerciantes, mas reconhecemos que a recuperação pode levar tempo”, explicou Timba.
Embora algumas mercadorias já estejam a circular, incluindo produtos que entram pela fronteira de Ressano Garcia, a normalização total do mercado ainda depende da estabilidade interna.
A crise actual destaca a necessidade urgente de medidas que garantam a segurança no transporte e distribuição de bens essenciais, ao mesmo tempo que reforçam a confiança dos operadores económicos. A estabilização política e social será determinante para aliviar os impactos desta situação e evitar que a crise alimentar se agrave ainda mais.
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