
FMI aloca US$ 56.26 milhões à Moçambique
Conselho de Administração (CA) do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu, segunda-feira, 21/11, a primeira avaliação do acordo com Moçambique ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargado
- O CA do FMI concluiu a primeira avaliação do acordo com Moçambique no âmbito do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF), proporcionando ao país o acesso a 45,44 milhões de Direitos Especiais de Saque (DES) (cerca de US$ 59,26 milhões (milhões de dólares americanos).
- Com este desembolso, o total realizado para Moçambique ao abrigo do acordo da ECF sobe para cerca de US$ 150 milhões
- O acordo trienal realizado ao abrigo da ECF visa apoiar a recuperação económica, reduzir a dívida pública e as vulnerabilidades de financiamento e promover um crescimento mais vigoroso e inclusivo através de reformas estruturais.
- Todos os critérios de desempenho do programa, as metas indicativas e os indicadores de referência estrutural para o final de Junho de 2022 foram cumpridos.
- A orientação da política monetária e a adopção proactiva de taxas de juros mais restritivas desde o início de 2021 são consideradas adequadas para combater a inflação.
O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu a primeira avaliação ao abrigo do acordo trienal celebrado no âmbito da Facilidade de Crédito Alargada (ECF) para Moçambique. Os acordos no âmbito da ECF proporcionam uma assistência financeira mais flexível e mais bem-adaptadas às diversas necessidades dos países de baixo rendimento, incluindo em tempos de crise. O FMI também completou a avaliação das garantias de financiamento para Moçambique e aprovou o pedido das autoridades para modificação de condicionalidade. O acordo de 36 meses ao abrigo da ECF foi aprovado em Maio de 2022.
A aprovação do pedido das autoridades moçambicanas permitirá o desembolso imediato de 45,44 milhões de DES (cerca de US$ 59,29 milhões), que podem ser utilizados para apoiar o orçamento, elevando o total dos desembolsos realizados ao abrigo do acordo da ECF a 113,6 milhões de DES (cerca de 150 milhões de USD) para Moçambique.
A análise do FMI indica que, apesar do agravamento do ambiente económico internacional e do aumento dos preços das matérias-primas, as projecções apontam para aceleração do crescimento económico em 2022, impulsionado por uma forte campanha de vacinação e pelo levantamento total das restrições relacionadas com a COVID-19 em Julho de 2022. O FMI regista que a inflação subiu para dois dígitos, impulsionada pelos preços internacionais dos combustíveis e dos alimentos, bem como por tempestades tropicais que afectaram a oferta interna de alimentos no segundo trimestre. Relativamente a componente fiscal, o FMI, diz que a evolução fiscal em 2022 corresponde, de modo geral, às expectativas, com receitas consideráveis e despesas controladas, onde os investimentos consideráveis nos projectos de Gás Natural Liquefeito (GNL) dominam a conta corrente.
Relativamente ao próprio programa de assistência financeira a Moçambique, o FMI, considera que apesar de as condições serem difíceis, a implementação tem sido forte, com a conclusão de importantes metas nas áreas da governação orçamental e da luta contra a corrupção.
“Os riscos para as perspetivas são consideráveis, mas equilibrados”. Frisa o FMI.
Na mesma analise a conjuntura económica e financeira do País, o FMI vem dizer que “a repassagem da inflação dos combustíveis e produtos alimentares para outros preços de bens e serviços, a agitação social, terrorismo no Norte e as catástrofes naturais constituem riscos susceptíveis de deteriorar a conjuntura económica, mas são contrabalançados por factores favoráveis associados ao reforço da recuperação económica, as fortes perspectivas de procura de GNL e à possibilidade de um crescimento não relacionado com a produção de GNL superior ao esperado a médio prazo”.