
Governo revê em baixa as projecções de crescimento da economia para 2020
Face ao baixo desempenho da economia nos dois primeiros trimestres do ano (acumulado de -0,87%), o Ministério da Economia e Finanças (MEF) procedeu a uma revisão em baixa da previsão de crescimento inicial contida no Orçamento do Estado (OE) de 2020 (2,2%), tendo fixado uma banda com um crescimento do PIB entre -1,2% a 0,8% para este ano.
O relatório sobre a conjuntura económica do primeiro semestre de 2020 indica que, com a perspectiva de abertura gradual da economia, antevê-se uma melhoria do desempenho económico no segundo semestre, com um ligeiro aumento da demanda interna, não obstante outras variáveis e alguns sectores estarem condicionados aos desenvolvimentos externos, nomeadamente: a procura externa e a melhoria dos preços internacionais.
No cenário optimista, o MEF assume um segundo semestre mais dinâmico em termos de actividade económica, resultando em uma previsão de um crescimento de 0,8% para este ano. A previsão aponta para um aumento na demanda interna, impulsionada por sectores como o Comercio, Construção e Indústria Transformadora. Espera-se também uma maior dinâmica nos sectores dos Transportes e Comunicações, com uma retoma do transporte aéreo (ainda que em regime de reciprocidade), transportes ferroviários e transporte de passageiros, ao mesmo tempo em que a subida do preço do alumínio estimula o crescimento do sector da indústria transformadora. “Prevê-se que os outros sectores (Serviços Financeiros, Electricidade e Gás, e Agricultura) reajam com um crescimento ligeiro, ainda que longe do seu potencial, e sejam um elemento compensatório para que a economia atinja sinal positivo em cerca de 0.8%”, lê-se no relatório.
Num cenário mais pessimista, em que os efeitos do COVID- 19 e da Conjuntura internacional continuem a fazer-se sentir com alguma intensidade, o MEF prevê que a economia poderá manter a tendência do segundo trimestre e continuará a contrair, apresentando assim um crescimento negativo de 1,2%. De referir que, a desaceleração verificada no segundo semestre esteve associada, entre outros factores, ao encerramento das fronteiras terrestres e aéreas para o transporte de passageiros em alguns países, a paralisação do subsector da gastronomia e restauração, paralisação das aulas presenciais e de prestação de alguns serviços públicos e a queda de preços das commodities no mercado internacional.


















