fbpx

Grupos ambientalistas pedem a suspensão do financiamento do projecto liderado pela TotalEnergies em Moçambique

0
161

Os bancos e outros financiadores devem retirar o seu apoio ao terminal de gás natural liquefeito (GNL) de US$ 20 mil milhões de dólares da TotalEnergies em Moçambique, pediram grupos de lobby ambientalistas numa carta enviada a mais de duas dúzias de financiadores do projecto nesta sexta-feira, 17 de Novembro, a que a Reuters teve acesso

A carta, vista pela Reuters, surge num momento crucial para a empresa francesa de energia, que se prepara para relançar o maior projecto de investimento directo estrangeiro em África.

Os activistas alertam para o facto de o projecto poder agravar as alterações climáticas e alimentar as violações dos direitos humanos na empobrecida nação da África Austral.

“Como apoiante financeiro fundamental do projecto, tem uma responsabilidade directa e importante nos seus terríveis impactos”, diz a carta, apoiada por mais de 100 organizações, incluindo a ActionAid International e a Greenpeace France.

No mês passado, os legisladores dos Países Baixos disseram que insistiriam em ser consultados sobre questões de segurança e direitos humanos antes de poderem aprovar uma garantia de empréstimo de mil milhões de euros (US$ 1,06 mil milhões de dólares) para o projecto, paralisado desde Abril de 2021.

Lorette Philippot, activista de finanças privadas da Friends of the Earth France, disse que os activistas estão “esperançosos de que outros financiadores conduzam avaliações adequadas e se retirem deste projecto de bomba-relógio”.

A TotalEnergies disse antes da carta desta sexta-feira, 17 de Novembro, que os acordos para o financiamento do projecto permanecem em vigor, apesar de uma interrupção de “força maior” em 2021, quando militantes islâmicos ameaçaram o local do projecto.

Os acordos de financiamento para o projecto foram celebrados em 2020 com empréstimos directos e cobertos de oito agências de crédito à exportação, 19 bancos comerciais e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

Institucoes financeiras, entre as quais, O Societe Generale, um dos principais bancos comerciais envolvidos, recusou-se a comentar, solicitado pela Reuters.  O BAD também não quis comentar, disse a agência.

Cerca de US$ 15 mil milhões de dólares de financiamento estão actualmente a ser revistos como parte do reinício dos procedimentos, disse à Reuters, um funcionário do crédito com conhecimento das negociações em curso.

A Corporação de Seguros de Crédito à Exportação da África do Sul planeia obter a aprovação do Conselho de Administração no início do próximo ano para apoiar o projecto, disse à Reuters o CEO em exercício, Ntshengedzeni Maphula.

O atraso do projecto levou alguns investidores a reavaliarem os seus anteriores pressupostos de custos à luz da inflação e das oscilações do mercado mundial do gás.

O banco EXIM dos EUA, que está a garantir US$ 5 mil milhões de dólares, disse que estava a realizar as devidas diligências nos planos para retomar a construção.

“O EXIM irá rever e avaliar quaisquer alterações propostas aos termos do seu financiamento aprovado para o projecto Mozambique LNG”, disse à Reuters, Reta Jo Lewis, Presidente do banco,  no início deste mês.

SUBSCREVA O.ECONÓMICO REPORT
Aceito que a minha informação pessoal seja transferida para MailChimp ( mais informação )
Subscreva O.Económico Report e fique a par do essencial e relevante sobre a dinâmica da economia e das empresas em Moçambique
Não gostamos de spam. O seu endereço de correio electrónico não será vendido ou partilhado com mais ninguém.

Comentários