
Infraestruturas em Alerta: Moçambique Enfrenta Défice de 37 Mil Milhões de Meticais por Ano nas Estradas
Questões-Chave:
- O país necessita de 53 mil milhões de meticais anuais para manter e construir estradas, mas só consegue investir cerca de 16 mil milhões;
- O défice de financiamento é superior a 507 milhões de euros por ano;
- Apenas 25% da rede rodoviária nacional está asfaltada;
- Governo defende investimento em conhecimento técnico e fortalecimento institucional como resposta à escassez de recursos.
Moçambique enfrenta um défice anual superior a 37 mil milhões de meticais na construção e manutenção de estradas, comprometendo a segurança, a transitabilidade e o desenvolvimento económico sustentável do país. O alerta foi lançado pelo Governo durante a reunião anual de avaliação do Programa Integrado do Sector de Estradas.
Apesar das crescentes exigências de conectividade e desenvolvimento infraestrutural, o investimento público em estradas cobre apenas 30% das reais necessidades do país, segundo revelou o secretário de Estado dos Transportes, Chinguane Mabote. O responsável indicou que são necessários, em média, 53 mil milhões de meticais por ano (cerca de 726,7 milhões de euros) para garantir uma rede rodoviária funcional e segura. Contudo, os recursos efectivamente alocados rondam os 16 mil milhões de meticais (aproximadamente 218 milhões de euros).
Este desequilíbrio crónico gera um défice anual de cerca de 37 mil milhões de meticais, equivalente a mais de 507 milhões de euros, o que compromete os esforços de reabilitação, asfaltagem e expansão da malha viária nacional.
Rede em Situação Crítica
Com um total de 30.464 quilómetros de rede rodoviária, apenas 7.344 quilómetros estão asfaltados, representando menos de 25% do total. Este dado realça a vulnerabilidade das vias moçambicanas, especialmente nas zonas rurais, onde a transitabilidade depende fortemente das condições meteorológicas e do estado das vias de terra batida.
Para Chinguane Mabote, a resposta não está apenas na mobilização de financiamento, mas também na aposta estratégica em conhecimento técnico, capacitação institucional e eficiência na execução dos projectos. “É preciso assegurar um melhor equilíbrio entre os resultados dos projectos e o valor do dinheiro aplicado”, frisou.

Desafios Sistémicos e Oportunidades Estratégicas
A escassez de financiamento em infraestruturas rodoviárias coloca em causa não apenas a conectividade física, mas também o acesso a mercados, o escoamento da produção agrícola, a mobilidade urbana e o turismo interno. A situação exige uma estratégia integrada de mobilização de recursos, que inclua:
- Parcerias público-privadas (PPP);
- Envolvimento de fundos soberanos e instituições multilaterais;
- Modelos de concessão e gestão sustentável da rede;
- Tecnologias inovadoras de construção e manutenção com menor custo.
A infraestrutura rodoviária é uma espinha dorsal para o desenvolvimento económico de Moçambique. No entanto, a insuficiência de investimento está a prolongar as desigualdades territoriais e a travar o crescimento regional. Sem um plano robusto de financiamento e reforma institucional, o país corre o risco de perpetuar um ciclo de dependência logística e exclusão económica.
A reunião anual do Programa Integrado do Sector de Estradas reabre o debate: como alinhar escassos recursos com ambições de crescimento? E, sobretudo, como garantir que cada quilómetro construído represente um passo real para o desenvolvimento nacional?
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