
Inovação e Parcerias Marcam o Segundo Dia da Conferência de Financiamento Climático em Moçambique
O segundo dia da I Conferência de Financiamento Climático foi marcado por um debate centrado na inovação, coordenação institucional e no reforço das parcerias público-privadas como caminhos para construir uma economia moçambicana mais resiliente aos impactos das mudanças climáticas. O encontro reuniu representantes do sector segurador, da banca, do Governo e de organismos internacionais, num diálogo que sublinhou o papel do financiamento e da protecção de risco como pilares do desenvolvimento sustentável.
Seguradoras Defendem Inovação e Produtos Ajustados à Realidade Climática
Na sua intervenção, Cláudia Mota, representante do sector segurador, defendeu que as companhias de seguros devem “reinventar-se e criar produtos ajustados às novas realidades impostas pelas mudanças climáticas”, salientando que os seguros tradicionais já não cobrem adequadamente os danos causados por eventos extremos.
“Precisamos ser inovadores e trazer novas abordagens e produtos que reforcem a resiliência das pessoas e das empresas”, sublinhou.
Cláudia Matos defendeu igualmente uma maior coordenação entre o Estado, a banca e as seguradoras, sobretudo no apoio ao sector agrícola, que emprega cerca de 70% da população e continua a ser o mais vulnerável aos choques climáticos.
“O Estado tem de criar condições para o desenvolvimento de seguros agrícolas. Nós já temos as soluções, mas é preciso facilitar o acesso, sobretudo aos pequenos e médios produtores”, acrescentou.
PMA Reforça Parceria com o Governo e o INGD
Do lado das organizações internacionais, Benvindo Nhachua, representante do Programa Mundial de Alimentação (PMA), destacou o trabalho conjunto com o Governo moçambicano e com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), particularmente na implementação de instrumentos de financiamento e gestão de risco.
“Desde 2019, o PMA tem apoiado o Governo na adopção de instrumentos como o financiamento baseado em previsão e o seguro soberano contra desastres, alinhados com as necessidades e planos nacionais”, explicou.
Nhachua alertou que as necessidades das populações afectadas frequentemente superam os recursos disponíveis, defendendo uma mobilização de recursos mais previsível e transparente.
“O PMA apoia o Governo na priorização das comunidades mais afectadas e garante que os recursos sejam canalizados de forma eficiente e transparente”, referiu.
PULA Apresenta o Seguro Agrário Como Motor de Crédito e Crescimento
A componente privada esteve representada por Elisa Manhique, country manager da PULA, empresa especializada em seguros paramétricos agrícolas.
Elisa explicou que o seguro agrário da PULA actua como mecanismo de protecção para o financiamento agrícola, reduzindo riscos tanto para produtores como para instituições financeiras.
“O nosso seguro agrário dá segurança ao crédito. Se houver um evento extremo e o produtor perder a colheita, o banco é ressarcido e o produtor não fica desamparado”, esclareceu.
Para a gestora, o seguro agrícola é mais do que uma ferramenta de mitigação: é um catalisador de desenvolvimento económico, capaz de aumentar o acesso ao crédito e atrair investimento para o sector rural.
“Quando o banco tem garantias, o crédito flui. E quando o crédito chega ao campo, a economia cresce de forma mais sólida e protegida”, concluiu.
Parcerias e Financiamento Climático: O Caminho Para Uma Economia Resiliente
Os debates convergiram num ponto essencial: Moçambique precisa de mecanismos de financiamento climático e de protecção mais robustos, capazes não só de responder a emergências, mas também de sustentar o desenvolvimento de longo prazo.
Para os participantes, o desafio reside em transformar perdas em oportunidades e riscos em instrumentos de crescimento económico.
A coordenação entre o Estado, a banca, as seguradoras e as organizações internacionais foi apontada como a chave para um sistema financeiro resiliente, que promova a inclusão, a segurança e o investimento sustentável.
Conecte-se a Nós
Economia Global
-
Tribunal Administrativo Aponta Irregularidades Nas Contas Do Estado De 2024
24 de Outubro, 2025
Mais Vistos
-
Tribunal Administrativo Aponta Irregularidades Nas Contas Do Estado De 2024
24 de Outubro, 2025
Sobre Nós
O Económico assegura a sua eficácia mediante a consolidação de uma marca única e distinta, cujo valor é a sua capacidade de gerar e disseminar conteúdos informativos e formativos de especialidade económica em termos tais que estes se traduzem em mais-valias para quem recebe, acompanha e absorve as informações veiculadas nos diferentes meios do projecto. Portanto, o Económico apresenta valências importantes para os objectivos institucionais e de negócios das empresas.
últimas notícias
Mais Acessados
-
Economia Informal: um problema ou uma solução?
16 de Agosto, 2019 -
LAM REDUZ PREÇO DE PASSAGENS EM 30%
25 de Maio, 2023
















