Japão reafirma interesse em gás e carvão de Moçambique

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  • A exploração de recursos naturais como o gás natural e carvão mineral continuará a atrair investimento de empresas japonesas interessadas em elevar a capacidade de geração de energia eléctrica neste país asiático. 

A posição foi defendida ontem, em Tóquio, pelo director da Divisão de África e Médio Oriente, na Organização do Comércio Externo do Japão (JETRO), Matsumura Makoto, destacando ainda que a agricultura, pesca e transferência de tecnologias estarão ainda no centro das trocas comerciais entre os dois países. 

Para a fonte, é preciso que Moçambique e Japão alcancem o equilíbrio da balança comercial, ao mesmo tempo que diversificam as áreas de negócios. 

Um dos sectores onde os dois países têm potencial para novas oportunidades de negócio é o de energias limpas, como de biocombustíveis e centrais solares.

 “O volume de negócios tem sido dominado pelos recursos minerais, do nosso lado, e equipamento de transporte, no caso concreto, viaturas para Moçambique. É preciso identificarmos novas áreas, explorando as potencialidades das duas nações. Mas não há dúvida que Moçambique é um parceiro económico estratégico”, disse. 

Matsumura revelou que o país continua a exportar mais para o Japão e o carvão mineral representa metade do volume das trocas comerciais. Em 2022, por exemplo, as exportações atingiram US$126 milhões, incluindo minérios, matéria-prima diversa e produtos marinhos. 

Por seu turno, Moçambique adquiriu bens avaliados cm US$ 123 milhões, com os automóveis a representarem 47 por cento das importações, seguido de maquinaria, ferro, equipamentos eléctricos, produtos químicos e material médico. 

Destacou que a estabilidade política que se vive actualmente, aliada às medidas visando a melhoria do ambiente de negócios, torna o país cada vez mais apetecível para as empresas japonesas interessadas em investir em África.

“Em comparação com os países da região, Moçambique vive uma estabilidade que inspira confiança aos investidores estrangeiros. 

Por outro lado, as autoridades têm conseguido controlar a inflação, o que não acontece nos países vizinhos”, acrescentou. 

Realçou que o desafio é atrair as Pequenas e Médias Empresas japonesas que até agora têm estado a explorar o mercado asiático.

As relações económicas entre Japão e Moçambique ganharam ênfase nos últimos vinte anos, período em que o Governo japonês investiu cerca de US$ 1,6 mil milhões em diferentes projectos de desenvolvimento em todo o País, com destaque para as infra-estruturas, agro-negócio e recursos naturais.

A nossa cooperação assenta em dois pilares: cooperação financeira e técnica. O pilar da cooperação financeira tem a componente reembolsável e não reembolsável. No âmbito da cooperação reembolsável, o Japão investe em infra-estruturas de grande dimensão, com destaque para projectos de construção e reabilitação dos portos, estações eléctricas e vias de acesso, enquanto na cooperação não reembolsável destacam-se projectos de desenvolvimento de infra-estruturas de pequena dimensão. 

Nos últimos cinco anos, o Japão está a investir em seis projectos de cooperação financeira não reembolsável, seis de cooperação reembolsável e ainda em 47 projectos de cooperação técnica.

Mas também, o Japão tem intervindo na capacitação de jovens em projectos de geração de renda bem como reforço da rede sanitária para prestação de melhores serviços básicos à população.

Também trabalha na manutenção e assistência a longo prazo, da central termoeléctrica de Maputo, na província de Maputo, num investimento avaliado em 62 mil milhões de ienes, equivalente a US$ 441,1 milhões.

No Porto de Nacala, a Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA investiu US$ 197,7 milhões, e na central termoeléctrica de Maputo US$ 125,1 milhões.

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