
Metais críticos no centro da guerra comercial entre EUA e China
A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China intensifica-se, com os metais críticos a tornarem-se o mais recente campo de batalha estratégico. A dependência americana de minerais essenciais, como o gálio, o germânio e o antimônio, coloca o país numa posição vulnerável face às políticas retaliatórias de exportação da China, que continua a dominar o fornecimento global desses insumos cruciais.
O papel estratégico dos metais críticos
A China, maior fornecedor de 26 dos 50 minerais classificados como críticos pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), tem usado o seu domínio para impor severas restrições às exportações, em resposta às sanções americanas contra a sua indústria de alta tecnologia. Este ano, Pequim proibiu formalmente as exportações de gálio, germânio e antimônio para os EUA, metais essenciais para a produção de chips semicondutores e tecnologias de ponta.
O impacto destas medidas é significativo. Os preços do antimônio triplicaram, passando de 13.000 para 38.000 dólares por tonelada métrica após as restrições chinesas. O germânio também registou um aumento substancial, subindo de 1.650 para 2.862 dólares no mesmo período. As cadeias de fornecimento foram gravemente afectadas, com os compradores a enfrentarem dificuldades para assegurar fontes alternativas fora da China.
Investimentos americanos e desafios estruturais
Em resposta, os Estados Unidos têm investido bilhões de dólares na reconstrução da sua capacidade de produção de minerais essenciais. Contudo, o progresso é lento. A reabertura da mina de antimônio Stibnite, no estado de Idaho, só deverá começar a produzir em 2028. Além disso, o único processador de antimônio do País, a United States Antimony, ainda depende de fornecedores estrangeiros para aumentar a sua produção.
O caso do gálio é ainda mais crítico. Os EUA não produzem este metal desde 1987, e iniciativas como a da Rio Tinto, que explora a possibilidade de produzir gálio numa refinaria no Canadá, enfrentam desafios políticos e comerciais, incluindo potenciais tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.
A Expansão do campo de batalha
Além dos semicondutores, a disputa está a alargar-se para o sector de baterias, com o grafite e o tungstênio a emergirem como os próximos alvos de retaliação. O grafite, insumo essencial para ânodos de baterias, está agora sujeito a restrições mais severas de exportação por parte da China, o que poderá impactar directamente a indústria de veículos eléctricos dos EUA.
A imposição de tarifas de 25% sobre importações chinesas de alumínio, aço e grafite pelos Estados Unidos é um reflexo da tentativa de reduzir a dependência externa, mas também expõe o país ao risco de novas proibições chinesas antes que consiga fortalecer a sua própria capacidade de produção.
Desafios do desacoplamento económico
A estratégia americana de desacoplamento enfrenta desafios significativos. Enquanto procura reduzir a dependência da China, o país corre o risco de não estar preparado para suprir a procura interna antes de enfrentar um embargo total. Cada mineral crítico apresenta características únicas de fornecimento, exigindo uma abordagem diversificada e coordenada para garantir alternativas viáveis.
Por outro lado, o controlo da China sobre o mercado global continua a ser o factor comum. Com restrições cada vez mais severas e respostas calibradas às sanções americanas, a guerra comercial entre as duas potências parece destinada a intensificar-se. A questão permanece: qual será o próximo elemento da tabela periódica a entrar neste conflito económico?
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