Moçambique cria mil novos postos de trabalho por dia

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Moçambique criou de 2015 ao primeiro semestre deste ano mais de um milhão e seiscentos mil postos de trabalho, uma média de aproximadamente mil empregos por dia.

2018 foi o ano com mais postos de trabalho criados, com pouco mais de 457 mil empregos, seguido de 2017 com mais de 377 mil postos de trabalho. Em 2016, ano da principal incidência da crise financeira e económica precipitada pela dívida externa, o número de postos de trabalho criados foi o mais baixo dos últimos cinco anos, não superando 277 mil, uma média de 750 postos por dia. Entretanto, a Organização dos Trabalhadores Moçambicanos diz que os postos de trabalho criados são precários e não garantem segurança e dignidade do trabalhador.

A crise da dívida externa que eclodiu em 2015 teve como consequência imediata a retirada do apoio externo ao Orçamento do Estado, levando à escassez de divisas, altas taxas de inflação, depreciação do metical face às principais moedas de troca, desaceleração do crescimento real do produto interno bruto (PIB). Tudo isto teve efeito negativo no mercado de trabalho, com as Pequenas e Médias empresas a cortar mão de obra ou a fechar as portas. Como alternativa o Governo apostou no auto-emprego.

Juvenal Dengo – Director Geral do INEP

Segundo Juvenal Dengo, Director do Instituto Nacional do Emprego (INEP), é uma tendência mundial. “Os dados estatísticos mostram que 65% dos empregos que hoje são gerados é autoemprego, dai que temos muito teletrabalho, temos puro emprego, temos formas de empreendedorismo que fazem com que as pessoas não dependam da submissão de um currículo numa certa entidade para serem chamadas mas elas próprias iniciam as suas actividades, procuram ser autónomas”, secundou.

A estratégia resultou. O Governo criou em 4 anos e meio acima dos 100% dos postos de trabalho planificados para o quinquênio 2015-2019. A Meta do Governo era de criar um milhão e quatrocentos e oitenta e quatro mil (1 484 562) postos de trabalho. Em 4 anos e meio foram criados um milhão e seiscentos oitenta mil (1. 680 342) postos de trabalho.

Entretanto, a alternativa de auto-emprego não é consensual. Para a Organização dos Trabalhadores Moçambicanos – Central Sindical (OTM-CS), esse tipo de abordagem sobre o emprego trazida pelo Governo nos últimos anos não dignifica o trabalhador.

Alexandre Munguambe – Secretário Geral da OTM-CS

“Não valoriza e nem dignifica o homem, e não aumenta mais-valia na sociedade”, criticou Munguambe. O conceito de emprego para os sindicatos refere-se ao emprego digno, esclarece Munguambe e acrescenta: “com direitos e segurança, não valorizamos o emprego precário”.

O Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), através do INEP, introduziu uma medida activa de emprego, que visa promover o autoemprego. O INEP procurou ao longo destes anos estratégias e programas entre elas destaca-se a atribuição de Kits de ferramentas de diferentes especialidades e estágios pré-profissionais para jovens.

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