Ouro Recuou Após Máximo de Quatro Semanas com Recuperação do Dólar, Mas Persistem Incertezas Geopolíticas

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Questões-Chave:

  • O preço do ouro à vista recuou 0,3% para 3.369,98 USD por onça, após atingir o valor mais alto desde 8 de Maio;
  • A valorização do dólar norte-americano após mínimas de seis semanas exerceu pressão descendente sobre o ouro;
  • A sessão anterior registara uma subida de 2,7%, a mais acentuada em três semanas;
  • A incerteza em torno do acordo comercial EUA-China e o aumento das tarifas sobre aço e alumínio mantêm os investidores cautelosos;
  • Outras matérias-primas registaram queda ou estabilidade: prata caiu 2,1%, platinum manteve-se estável e paládio subiu 0,1%.

O ouro recuou ligeiramente esta terça-feira após atingir o seu ponto mais alto em quase quatro semanas, influenciado por uma recuperação moderada do dólar norte-americano. No entanto, a instabilidade no comércio internacional e as tensões geopolíticas continuam a sustentar o interesse pelo metal precioso.

O preço do ouro à vista (spot gold) desceu 0,3% para 3.369,98 USD por onça, após ter atingido o valor mais elevado desde 8 de Maio nas primeiras horas da sessão. Por seu lado, os futuros de ouro nos EUA mantiveram-se estáveis em 3.390 USD.

A sessão anterior marcara um ganho expressivo de 2,7%, o mais forte desempenho diário em mais de três semanas, resultado do crescente nervosismo em torno das negociações comerciais e da aversão ao risco nos mercados financeiros globais.

Contudo, a recuperação do índice do dólar a partir de um mínimo de seis semanas — impulsionada por uma ligeira melhoria dos dados internos norte-americanos — exerceu pressão sobre o ouro, mantendo a sua correlação inversa tradicional com a moeda norte-americana.

“O dólar recuperou ligeiramente e o ouro caiu — há uma correlação inversa bastante evidente neste momento”, observou Brian Lan, director-geral da GoldSilver Central, em Singapura.

Apesar da correcção pontual, os analistas sublinham que o ouro continua a beneficiar da incerteza comercial entre os EUA e a China, e das tensões no leste europeu, que mantêm os investidores inclinados para activos de refúgio.

De acordo com a Casa Branca, Donald Trump e Xi Jinping deverão conversar nos próximos dias, numa tentativa de desbloquear a estagnação nas negociações. A tensão aumentou após o Presidente norte-americano acusar a China de violar acordos prévios, intensificando os riscos de uma escalada tarifária.

Na quarta-feira, os EUA duplicarão as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, que passarão para 50%, coincidindo com o prazo dado aos parceiros comerciais para apresentarem propostas finais.

Do lado europeu, a Comissão Europeia afirmou que apresentará esta semana um argumento robusto em defesa da redução ou eliminação das tarifas impostas por Washington.

As tensões militares também voltaram a agravar-se. A Rússia exigiu à Ucrânia, durante negociações de paz, a cessão de novos territórios e a limitação da sua capacidade militar, segundo um memorando citado pelos media russos — um desenvolvimento que reacende o apetite por activos considerados seguros.

Metais Preciosos: Movimento Misto

O recuo do ouro foi acompanhado por perdas em outros metais preciosos:

  • A prata caiu 2,1% para 34,07 USD por onça;
  • O platinum manteve-se praticamente inalterado em 1.062,46 USD;
  • O paládio registou um ligeiro aumento de 0,1%, fixando-se em 990,26 USD.

O ouro permanece sustentado por factores macroeconómicos e geopolíticos, apesar da recente valorização do dólar. A evolução das negociações comerciais e os desenvolvimentos militares na Europa de Leste continuarão a definir a trajectória do metal precioso no curto prazo, num contexto onde a volatilidade e a procura por segurança permanecem elevadas.

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