
Petróleo Reage à Persistência da Guerra na Ucrânia e Prepara-Se Para Quebrar Queda de Duas Semanas
- Tensões geopolíticas e redução dos inventários nos EUA dão suporte aos preços, enquanto persiste a incerteza sobre negociações de paz
- O Brent cotava-se a 67,55 USD/barril e o WTI a 63,42 USD, estáveis mas com ganhos acumulados na semana;
- A esperança de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia esmorece, elevando o prémio de risco no petróleo;
- Estoques de crude dos EUA caíram 6 milhões de barris na semana terminada a 15 de Agosto, muito acima da previsão de 1,8 milhões;
- Analistas alertam para possibilidade de sanções mais duras contra a Rússia, caso as negociações falhem;
- Investidores atentos também ao simpósio de Jackson Hole, onde sinais de cortes nas taxas da Fed podem influenciar a procura de petróleo.
Os preços do petróleo estabilizaram esta sexta-feira, mas permanecem em trajectória para encerrar a semana em alta, quebrando duas consecutivas de perdas. O frágil cenário geopolítico na Ucrânia, somado a uma forte redução dos inventários nos Estados Unidos, contribuiu para sustentar a valorização do crude nos mercados internacionais.
O Brent para entrega futura recuava 12 cêntimos, para 67,55 dólares por barril, e o WTI descia 10 cêntimos, para 63,42 dólares. Apesar da ligeira correcção diária, ambos os contratos registaram ganhos superiores a 1% na sessão anterior, acumulando na semana uma valorização de 2,7% e 1,1%, respectivamente.
Os investidores voltaram a precificar risco, à medida que as expectativas de uma rápida mediação dos EUA para pôr fim à guerra entre Rússia e Ucrânia se dissipam. As dificuldades em viabilizar um encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelenskiy, somadas a exigências consideradas inaceitáveis por Kiev — como a renúncia à NATO e a cedência integral do Donbass — mantêm a incerteza elevada.
Analistas da ING sublinham que “quanto menos provável se torna um cessar-fogo, mais provável se torna a aplicação de sanções mais duras” contra Moscovo, cenário que tende a sustentar os preços do petróleo. A guerra, já com três anos e meio de duração, conheceu novos episódios de escalada, incluindo ataques aéreos russos perto da fronteira da União Europeia e uma ofensiva ucraniana a uma refinaria de petróleo russa.
O mercado encontrou ainda suporte nos dados da Administração de Informação de Energia dos EUA, que reportaram uma redução de 6 milhões de barris nas reservas de crude na semana terminada a 15 de Agosto, muito acima da queda esperada de 1,8 milhões. O dado sinaliza forte procura, em particular num contexto de recuperação da actividade económica.
Paralelamente, investidores observam com atenção o simpósio económico de Jackson Hole, nos EUA, onde o Presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, deverá falar sobre a orientação futura da política monetária. Uma eventual redução das taxas de juro em Setembro pode estimular o crescimento económico e, consequentemente, reforçar a procura de energia.
Assim, os preços do petróleo parecem ganhar fôlego após duas semanas de perdas, sustentados tanto por factores de risco geopolítico como por fundamentos de mercado. Contudo, a volatilidade deverá manter-se elevada, à medida que a trajectória do conflito na Ucrânia e as decisões de política monetária nos EUA permanecem incertas.
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