Petróleo regista queda semanal com os problemas da procura a compensarem o risco ‘Médio Oriente’

• Os indicadores da indústria transformadora nos EUA e na China registaram ambos uma contracção
• A OPEP+ mantém o plano anterior de aumentar a produção no próximo trimestre

O petróleo dirigiu-se para uma quarta queda semanal, com as preocupações sobre a procura nas duas maiores economias do mundo ofuscando o aumento do risco geopolítico.

O petróleo Brent foi negociado acima dos US$ 80 por barril, depois de cair 1,6% na quinta-feira, 31/07, enquanto o West Texas Intermediate estava perto dos US$ 77. Os indicadores de fábrica nos EUA e na China mostraram uma contracção na quinta-feira, 31/07, indicando sinais de fraqueza na produção. O petróleo tinha saltado na quarta-feira, 30/07, após o assassinato dos líderes do Hamas e do Hezbollah, levando a um aumento das tensões no Médio Oriente.

“As preocupações com a procura estão a voltar ao centro das atenções”, afirmou Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights, em Singapura, e ouvida pela agência Reuters. “Qualquer prémio de risco geopolítico no petróleo é sempre susceptível de ser corrigido à luz do dia”.

O petróleo está a registar a sua mais longa série de quedas semanais desde Dezembro, com as preocupações sobre o consumo do primeiro importador, a China, e com a OPEP+ a aumentar a produção a partir do próximo trimestre – um plano que reiterou numa reunião de monitorização na quinta-feira, 31/07. Ainda assim, os futuros permanecem ligeiramente mais altos este ano, ajudados pelas expectativas de que a flexibilização monetária nos EUA irá impulsionar o consumo, com o Presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, a dizer que um corte nas taxas de juro poderá ocorrer já em Setembro.

Os indicadores de mercado amplamente observados também estão a sinalizar condições menos restritivas. Apesar de ainda se manter numa estrutura de alta e recuada, a diferença entre os dois contratos mais próximos do Brent diminuiu. A diferença foi de 60 cêntimos por barril em retrocesso, em comparação com mais de US$ 1 há duas semanas.