Petróleo Sobe com Optimismo nas Negociações EUA-China e Alerta Geopolítico no Médio Oriente

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Questões-Chave:

  • Petróleo Brent e WTI sobem 0,4% com expectativas positivas em torno das negociações comerciais entre EUA e China;
  • Perspectiva de acordo pode impulsionar a procura global e estabilizar cadeias de abastecimento;
  • Irão prepara contra-proposta ao acordo nuclear, reacendendo riscos de volatilidade no mercado energético;
  • Aumento limitado da produção da OPEP e possível mudança estratégica preocupam analistas.

O preço do petróleo registou uma ligeira subida esta terça-feira, 10 de Junho de 2025, impulsionado por expectativas de progresso nas negociações entre os Estados Unidos e a China, e por um novo capítulo nas tensões nucleares com o Irão, que reacende preocupações sobre a estabilidade no fornecimento global de crude.

Os futuros do Brent avançaram 28 cêntimos (0,4%) para 67,32 dólares por barril, enquanto o crude West Texas Intermediate (WTI) subiu 23 cêntimos (0,4%) para 65,52 dólares. O movimento segue-se a uma sessão de segunda-feira já em alta, em que o Brent atingiu 67,19 dólares — o nível mais alto desde 28 de Abril.

O mercado encontra-se em compasso de espera quanto aos desdobramentos da segunda ronda de negociações comerciais entre Washington e Pequim, que decorre em Londres. As conversações visam aliviar uma tensão que já se estendeu das tarifas alfandegárias às restrições à exportação de metais raros, com impactos negativos nas cadeias de abastecimento globais.

Segundo analistas da Goldman Sachs, “a recuperação dos preços reflecte o alívio das preocupações com a procura, graças à retoma do diálogo EUA-China e aos dados positivos do emprego nos EUA”, embora alertem para riscos ao abastecimento na América do Norte devido a incêndios florestais no Canadá.

O Presidente norte-americano Donald Trump afirmou na segunda-feira que as negociações estavam a correr “muito bem” e que só recebia “bons relatórios” da sua equipa em Londres. A eventual assinatura de um acordo poderá sustentar as perspectivas de crescimento económico global e impulsionar a procura por petróleo e outras matérias-primas.

Paralelamente, o Irão anunciou que irá apresentar uma contra-proposta ao recente esboço de acordo nuclear dos EUA, considerando o actual inaceitável. A divergência permanece centrada na possibilidade de o Irão continuar a enriquecer urânio no seu território. O país, terceiro maior produtor da OPEP, poderá aumentar significativamente as exportações se as sanções forem aliviadas — o que poderá exercer pressão em baixa sobre os preços globais do crude.

Uma sondagem da Reuters revelou ainda que a produção da OPEP aumentou em Maio, embora de forma moderada. O Iraque produziu abaixo da sua quota para compensar excessos anteriores, e a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos limitaram os seus aumentos. A OPEP+ — aliança que inclui a Rússia — prepara-se para desmontar progressivamente os cortes de produção introduzidos em ciclos anteriores.

Daniel Hynes, estratega de commodities do ANZ, nota que “a perspectiva de novos aumentos na oferta da OPEP continua a pairar sobre o mercado” e alerta que uma viragem da OPEP para uma estratégia puramente orientada pelo mercado poderá gerar um excedente significativo na segunda metade de 2025, conduzindo quase inevitavelmente a uma queda dos preços.

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