
Porquê a Incerteza Global Se Tornou Estrutural? : A Leitura do FMI e os Riscos Que Redefinem a Economia Mundial
Fragmentação geopolítica, bolhas de activos, dívida pública elevada e avanços tecnológicos acelerados estão a criar um ambiente económico de volatilidade permanente, exigindo adaptação urgente dos países emergentes.
- A incerteza deixou de ser conjuntural e tornou-se estrutural;
- Riscos geopolíticos e comerciais alimentam a fragmentação e instabilidade;
- Dívida elevada e política monetária restritiva limitam as reacções a choques;
- Os mercados enfrentam potenciais bolhas em ouro e tecnologia;
- Os países emergentes são os mais expostos à nova arquitectura de risco global.
O aviso da Directora-Geral do FMI marca uma mudança importante de narrativa: o mundo já não enfrenta apenas choques sucessivos, mas uma incerteza que se tornou permanente. Este é o novo quadro estrutural que condicionará decisões de política económica, investimento, comércio e estabilidade financeira nos próximos anos.
A Geopolítica Passou a Ser Variável Económica Central
Conflitos regionais, tensões entre superpotências e rivalidades tecnológicas transformaram a geopolítica num factor económico decisivo.
A nova realidade implica rupturas em cadeias de abastecimento, políticas de contenção, tarifas, subsídios estratégicos e uma reformatação do comércio global.
Uma Economia Mais Volátil e Menos Previsível
Oscilações abruptas nos mercados, divergências entre bancos centrais e fragilidades financeiras acumuladas criam um ambiente propício a choques.
O aumento do preço do ouro, movido por incerteza e procura de porto seguro, é um sintoma da instabilidade latente.
Tecnologia e IA Criam Oportunidades, Mas Também Riscos Sistémicos
A inteligência artificial acelera produtividade e eficiência, mas gera riscos sobre emprego, segurança de dados, desigualdade e concentração industrial.
O FMI alerta que a ausência de governança robusta pode amplificar choques e deslocar mercados de forma rápida.
Emergentes São os Mais Expostos ao Novo Contexto
Países como Moçambique enfrentam vulnerabilidades acrescidas:
dependência de matérias-primas, espaço fiscal limitado, exposição ao dólar e sensibilidade a fluxos internacionais.
A incerteza global afecta directamente os custos de financiamento, pressiona as taxas de juro, deteriora as perspectivas de investimento, aumenta a volatilidade cambial e dificulta o planeamento macroeconómico. Trata-se de um conjunto de efeitos interligados que eleva a vulnerabilidade das economias emergentes e condiciona a sua capacidade de antecipar e gerir choques externos.
A mensagem do FMI é clara: a economia mundial mudou de regime. A volatilidade não é uma anomalia, é a nova norma. Para países emergentes, sobreviver e prosperar neste ambiente exigirá políticas fiscais disciplinadas, reformas estruturais, instituições credíveis e uma integração internacional mais estratégica e adaptada ao risco.
Dólar Caminha Para Perda Semanal Face a Dados Incertos e Sinais Mistos da Fed
14 de Novembro, 2025
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