Com um investimento de 165 milhões de dólares, teve início esta semana a expansão do Terminal de Contentores do Porto de Maputo. O projecto, liderado pela DP World em parceria com o MPDC, visa duplicar a capacidade do terminal, modernizar infra-estruturas e consolidar Maputo como plataforma logística regional de referência

Destaques

  • Capacidade do terminal duplicará de 255.000 para 530.000 TEUs
  • Comprimento do cais passará de 308m para 650m; calado será aprofundado de 12m para 16m
  • Prevê-se a atracagem de navios pós-Panamax de até 366 metros
  • Novas gruas STS, sistema de reservas, TOS melhorado e CCS digitalizado
  • Projecto integra metas de segurança, eficiência digital e bem-estar laboral
  • MPDC destaca integração com corredores logísticos e aposta na formação

O Porto de Maputo deu esta semana início oficial à expansão do Terminal de Contentores, um projecto avaliado em 165 milhões de dólares norte-americanos e que representa um dos mais ambiciosos investimentos logísticos da última década em Moçambique. A cerimónia de lançamento das obras contou com a presença do Ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, e de altos representantes da DP World, MPDC e CFM.

A expansão prevê duplicar a capacidade anual de movimentação de contentores de 255.000 para 530.000 TEUs, permitindo ao porto acomodar navios pós-Panamax de até 366 metros de comprimento. Serão construídos novos cais, ampliadas as áreas de parqueamento e instalados modernos equipamentos, incluindo três gruas STS (ship-to-shore) e uma nova frota de gruas RTG (rubber-tyred gantry), em complemento ao parque actual.

“O Terminal de Contentores está a iniciar uma nova era. Este investimento confirma o compromisso da DP World com o crescimento económico de Moçambique e a modernização do comércio regional”, afirmou Mohamed Akoojee, CEO da DP World para a África Subsariana

Mohamed Akoojee, CEO da DP World para a África Subsariana

Infra-estruturas E Inovação Tecnológica

A nova configuração do terminal incluirá um alargamento do cais para 650 metros e um aumento do calado de 12 para 16 metros, assegurando maior flexibilidade operacional e capacidade para receber embarcações de grande porte. A capacidade para contentores refrigerados (reefers) também será ampliada, de 450 para 715 plugs, o que permitirá um impulso às exportações agrícolas.

Do ponto de vista tecnológico, será implementado um Terminal Operating System (TOS) reforçado, bem como um Vehicle Booking System (VBS) e um Client Community System (CCS) totalmente digitalizado, que facilitará a interligação entre armadores, autoridades alfandegárias e instituições bancárias. O acesso ao terminal será automatizado através de reconhecimento óptico de caracteres, reduzindo tempos de espera e erros operacionais.

Competitividade Regional E Integração Logística

No seu discurso, o CEO da MPDC, Xolani Mbambo, sublinhou que esta expansão faz parte de um compromisso assumido no âmbito da extensão da concessão portuária, acordada em Fevereiro de 2024. O projecto é encarado como um motor estratégico para o reforço da competitividade dos corredores logísticos que ligam Moçambique aos países do interior da região.

“Trabalhamos com a consciência de que investir em infraestruturas não basta. A nossa missão é de longo prazo e só faz sentido se for sustentada por quadros moçambicanos capacitados e uma integração efectiva com os nossos parceiros logísticos”, destacou.

CEO da MPDC, Xolani Mbambo

Mbambo referiu ainda os avanços no sistema Rail2Port, que permite rastrear os comboios desde a origem até ao cais, promovendo maior previsibilidade no transporte de mercadorias, sobretudo mineiras.

Impacto Económico E Social

Segundo a DP World, o projecto criará milhares de novos empregos directos e indirectos, além de promover o acesso de agricultores, fabricantes e exportadores moçambicanos a mercados internacionais de forma mais célere e acessível. Estão previstas novas instalações para acolher os trabalhadores, com foco no bem-estar e na segurança, incluindo sistemas de vigilância e monitoramento em tempo real.

Em paralelo, decorrem obras de reabilitação da ponte-cais da Ilha de Kanyaka, um dos compromissos assumidos no âmbito da responsabilidade social da concessão.

Com esta expansão, o Porto de Maputo reforça-se como pivô logístico da África Austral, projectando-se como plataforma de transbordo, exportação e competitividade regional. Para o Governo e os operadores privados, trata-se de um investimento que traduz promessas em acções concretas, com impacto directo sobre a economia nacional e integração continental.

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