
Preço do Petróleo Sobe com Alívio nas Tensões Comerciais entre os EUA e a UE
- Negociações com a China e posicionamento da OPEP+ geram cautela nos mercados, enquanto ameaças no Médio Oriente aumentam risco geopolítico
Questões-Chave:
- Acordo entre EUA e UE impõe tarifa de 15% e afasta risco de guerra comercial total;
- EUA e China retomam negociações para evitar escalada tarifária em Agosto;
- Petróleo recupera após três semanas em queda, mas ganhos permanecem limitados;
- PDVSA poderá retomar exportações de petróleo caso EUA restabeleçam autorizações;
- OPEP+ deve manter plano de aumento gradual da produção, segundo fontes do cartel;
- Conflito Israel-Gaza reacende tensões marítimas após ameaças dos Houthis.
Os preços do petróleo registaram uma ligeira subida nesta segunda-feira, impulsionados pelo acordo comercial alcançado entre os Estados Unidos e a União Europeia, bem como pela expectativa de prolongamento da trégua tarifária entre Washington e Pequim. No entanto, os ganhos permanecem limitados face à possibilidade de aumento da oferta
Os futuros do Brent subiram 20 cêntimos, ou 0,29%, para 68,64 dólares por barril, enquanto o crude WTI avançou 15 cêntimos, ou 0,23%, para 65,31 dólares por barril, de acordo com dados registados às 03h36 GMT desta segunda-feira. Esta leve recuperação sucede a três semanas de quedas influenciadas pelas preocupações em torno do comércio global e do aumento da oferta por parte da Venezuela.
Segundo Tony Sycamore, analista da IG Markets, o entendimento entre os EUA e a UE, que fixa tarifas de importação de 15% sobre a maioria dos bens europeus – metade do valor anteriormente ameaçado –, trouxe alívio aos mercados. “Com o risco de uma guerra comercial prolongada a ser progressivamente afastado, os mercados reagiram de forma positiva”, referiu o analista.
No mesmo sentido, os EUA e a China iniciam esta segunda-feira, em Estocolmo, uma nova ronda de negociações para tentar prolongar a trégua tarifária em vigor antes do prazo-limite de 12 de Agosto, o que reforça o optimismo quanto à manutenção da estabilidade no comércio internacional.
Apesar da recuperação, os analistas alertam que os preços permanecem sob pressão. A petrolífera estatal venezuelana PDVSA está a preparar-se para retomar operações com parceiros internacionais caso o Presidente Donald Trump reautorize licenças de operação e exportação. Esta eventual retoma da produção venezuelana poderá aumentar a oferta global e limitar a valorização do petróleo.
Paralelamente, a OPEP+ reúne-se esta segunda-feira para avaliar a política de produção do cartel. Segundo fontes próximas, o grupo deverá manter o plano previamente acordado de aumento de 548 mil barris por dia em Agosto, com possibilidade de subida adicional em Setembro. A ING antecipa que, até final de Setembro, o cartel recupere a totalidade dos 2,2 milhões de barris por dia de cortes voluntários adicionais.
No plano da procura, a JP Morgan estima que a procura global de petróleo tenha crescido 600 mil barris por dia em Julho, enquanto os inventários globais aumentaram em 1,6 milhões de barris por dia. Estes números sugerem que o mercado está, de momento, a absorver o acréscimo de oferta, em parte impulsionado pelo aumento da procura sazonal durante o verão.
Entretanto, no Médio Oriente, os Houthis do Iémen anunciaram no domingo que vão atacar navios de qualquer empresa associada a portos israelitas, independentemente da sua nacionalidade, numa nova fase da sua ofensiva contra Israel em resposta ao conflito em Gaza. A ameaça agrava os riscos geopolíticos e poderá influenciar o transporte marítimo na região.
A trajectória dos preços do petróleo continua fortemente condicionada por factores políticos e estratégicos, tanto nos corredores diplomáticos do comércio internacional como nas decisões da OPEP+ e nos conflitos regionais. A combinação de alívio comercial e incerteza produtiva cria um equilíbrio frágil, que poderá romper-se à menor alteração nas frentes tarifária, geopolítica ou de produção.
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